domingo, 27 de novembro de 2011

Dia Mundial de Combate ao Câncer

Com avanços na medicina, hoje é possível tratar e prevenir a doença que mata mais que a aids, a malária e a tuberculose juntas

Mais de 12 milhões de pessoas são diagnosticadas com câncer todos os anos. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), a doença mata mais do que a aids, a malária e a tuberculose juntas. No Brasil, o câncer representa a segunda causa de óbito na população adulta. Casos como o câncer de pulmão – o primeiro em mortalidade no Brasil e também no mundo – poderiam ser evitados já que 90% dos diagnósticos estão relacionados ao hábito de fumar. Assim como o segundo mais comum, o câncer de mama, se detectado precocemente, a taxa de cura chega a 90%. Outro câncer muito comum entre as mulheres é o de colo do útero, com aproximadamente 500 mil casos novos por ano no mundo. Segundo o Inca (Instituto Nacional do Câncer), 80% de sua mortalidade poderia ser evitada com a realização de exames simples como o papanicolaou e com a aplicação preventiva da vacina contra HPV.
Mesmo com todo o avanço da medicina, os índices de mortalidade no Brasil continuam elevados, justamente, pelo descobrimento tardio. O diagnóstico e tratamento dos diferentes tipos de câncer, em todas as idades, sofreram expressivos avanços nos últimos 20 anos. Prevenção ainda é o melhor método para o combate às doenças. De acordo com Paulo Pizão, médico oncologista da Cenni (clínica especializada em tratamento contra o câncer na cidade de Campinas), é preciso criar a cultura de um check-up oncológico completo como se faz com outras especialidades da medicina. “No geral, as pessoas têm mais informações e acabam se preocupando com os exames relacionados à hipertensão, por exemplo. Mas, por que não o câncer? Baseado no histórico clínico, hábitos de vida e histórico familiar do paciente é possível indicar uma série de exames e recomendações que podem prevenir ou diagnosticar precocemente os diferentes tipos de câncer”.
O diagnóstico precoce, aliado aos atuais métodos terapêuticos mais comuns –
como a radioterapia, quimioterapia, cirurgia e transplante de medula óssea –, pode diminuir radicalmente as taxas de mortalidade registradas no país. Para Paulo Pizão, é preciso aproveitar datas como o “27 de novembro” para conscientizar a população. “O que pretendemos com esta ênfase na prevenção é evitar que as pessoas passem pelo desgaste de um tratamento oncológico longo que, dependendo do estágio da doença, pode ser somente paliativo ou até ineficaz.”

Fonte: Komunica Assessoria de Imprensa

Saúde a todos!

Hoje, Dia Mundial de Combate ao Câncer, eu peço a Deus que dê muita saúde a todos os meus amigos e familiares, para que nunca tenham de passar por essa doença. Àqueles que estão enfrentando esse problema, eu peço a Deus e São Pelegrino que os curem, para que eles possam continuar suas vidas como haviam planejado. E àqueles que se foram por causa dessa doença, eu sei que, mesmo tendo partido, foram vencedores, porque jamais perderam a esperança de cura. E também oro por eles, porque apenas seus corpos se foram, mas seus espíritos estão vivos em todos aqueles que os amavam. Amém!

Saúde lança perfil do câncer para 2012

O Ministério fechará 2011 com investimento de R$ 2,2 bilhões para a área de atenção oncológica e um aumento de 41% no número de procedimentos em relação a 2003

O Inca (Instituto Nacional de Câncer) José Alencar Gomes da Silva, do Ministério da Saúde, divulgou na última quinta-feira a publicação “Estimativa 2012 – Incidência de Câncer no Brasil”. O estudo, que serve para orientar as políticas públicas para o setor, aponta uma estimativa de 520 mil casos novos da doença para o próximo ano. Sete novas localizações de câncer entraram no ranking dos tumores mais frequentes do país.
As estimativas destacam os tipos mais incidentes nas regiões brasileiras, caso do câncer de pele não melanoma, próstata, mama e pulmão.
“A divulgação das estimativas disponibiliza aos gestores de saúde e, especificamente, aos da atenção oncológica, informações fundamentais para o planejamento das políticas públicas de forma regionalizada”, diz o diretor-geral do Inca, Luiz Antonio Santini.
Desconsiderando o câncer de pele não melanoma – tumor com baixa letalidade –; entre o sexo masculino o câncer de próstata permanecerá como o mais comum, seguido pelo de pulmão, cólon e reto, estômago, cavidade oral, laringe e bexiga. Já nas mulheres, a glândula tireoide, de modo inédito, aparece no quinto lugar geral, atrás do câncer de pele não melanoma, mama, colo do útero, cólon e reto. Na sequência, vêm os tumores de pulmão, estômago e ovário.
“A melhoria na qualidade dos exames de investigação em casos suspeitos, contribui para a exatidão do diagnóstico do câncer da tireoide. Isso se reflete no aumento do número de casos desse tipo de tumor.”, diz a responsável pelo serviço de endocrinologia do Inca, Rossana Corbo.
A novidade dessa edição é que foram incluídas sete novas localizações de tumores no estudo: bexiga, ovário, tireoide (nas mulheres), Sistema Nervoso Central, corpo do útero, laringe (nos homens) e linfoma não Hodgkin – os dois últimos muito noticiados recentemente por terem acometido, respectivamente, o ex-presidente Lula, o ator Reynaldo Gianecchini e a presidente Dilma Rousseff.
Os especialistas consideram as estimativas a principal ferramenta de planejamento e gestão da saúde pública na área oncológica no Brasil. Isso porque fornecem as informações necessárias para a elaboração das políticas públicas de saúde voltadas para o atendimento da população.

INVESTIMENTO
O Ministério da Saúde vai fechar o ano de 2011 com investimento de R$ 2,2 bilhões para a área de atenção oncológica. Este aumento de recursos serviu para ampliar e melhorar a assistência aos pacientes atendidos nos hospitais públicos e privados que compõem o SUS (Sistema Único de Saúde), sobretudo para os tipos de câncer como fígado, mama, linfoma e leucemia aguda. Vale destacar que só para esse ano o orçamento do Ministério destinou cerca de R$ 261 milhões a ações de prevenção ao câncer de mama (R$ 176 milhões) e de colo de útero (R$ 85 milhões). Dos últimos 12 anos pra cá, os gastos federais com a assistência oncológica no país quadruplicou, passando de R$ 470, 5 milhões (em 1999) para R$2,2 bilhão.
A quantidade de procedimentos oncológicos oferecidos aos pacientes do SUS aumentou em 41%; foram 19,7 milhões, no ano de 2003 e a projeção para até o fim do ano é de 27,8 milhões de procedimentos.
Na área da pesquisa, o ano passado foi marcado pelo lançamento da RNPCC (Rede Nacional de Pesquisa Clínica em Câncer), que visa conduzir estudos nacionais em oncologia. Além disso, esse ano, o país contou com o lançamento dos projetos da Unidade de Estudos de Fase I, do Inca e da Redefac (Rede Nacional de Desenvolvimento de Fármacos Anticâncer).

Fonte: www.saude.gov.br

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Hoje é Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantil

Diagnóstico precoce do câncer infantil e atendimento em centros especializados são primordiais para o sucesso do tratamento

Talita Lueno Tavares, de 13 anos, e Drielly Evelyn Silva, de 10 anos, têm coisas importantes em comum: há dois anos foram acometidas pelo câncer, mas combateram a doença sobretudo porque foram diagnosticadas precocemente com tempo suficiente de receber todo o tratamento necessário. As pacientes são do Hospital do Graacc (Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer), organização reconhecida pelos expressivos resultados obtidos dentro dos mais avançados padrões científicos, alcançando índices de cura de cerca de 70%, semelhantes aos de instituições europeias e norte-americanas.
“Nós nos preocupamos não só em curar o câncer, mas oferecer todas as condições necessárias para que a criança mantenha qualidade de vida ao longo de todo o tratamento. E para que tudo saia bem, é fundamental o diagnóstico precoce da doença. A partir dele, nosso trabalho é imediato”, afirma o doutor Sérgio Petrilli, superintendente médico do Graacc e um de seus fundadores.
Em 2009, quando Talita tinha 11 anos, foi diagnosticada com Tumor de Ewing, câncer nos ossos, relativamente raro – cerca de 6% do total dos tumores ósseos malignos. Conforme conta sua mãe, Meire Tavares, tudo começou quando Talita ficou por dias sentindo uma forte dor na coluna que se refletia na perna direita. “Na primeira consulta, o médico do pronto-socorro achou que fosse o peso da mochila que ela carregava da escola e prescreveu um anti-inflamatório”.
Após uma semana as dores persistiram e ao voltar ao médico Meire insistiu para que fossem feitos exames mais apurados em sua filha, foi quando Talita passou por uma ressonância e, em seguida, biópsia, e os médicos diagnosticaram o tumor na primeira vértebra sacral (osso grande e triangular, localizado na base da coluna vertebral). Encaminhada ao Hospital do Graacc, Talita começou a receber quimioterapia imediatamente e paralelamente vieram as sessões de radioterapia.
“Fazer os dois tratamentos juntos – quimio e radio – foi o ideal, porém ficamos atentos às reações do organismo de Talita, pois sua imunidade poderia cair muito. Mas, felizmente, ela reagiu muito bem ao tratamento e, ao final de dez meses, já tínhamos uma primeira vitória”, conta a doutora Carla Macedo, oncologista pediátrica do Graacc. “Para nós foi uma grande alegria tudo ter dado certo: a minha pequena nem precisou ser internada, não perdeu ano de escola porque o Graacc tem um projeto de estudo no hospital e tivemos acompanhamento com psicóloga, o que nos confortou muito”, diz a mãe.
O Tumor de Ewing traz um risco grande de metástase, ao momento do diagnóstico, em média 25% dos pacientes já têm uma disseminação metastática – 40% nos pulmões, 30% nos ossos e 10% na medula óssea. “No caso de Talita ainda bem que isso não aconteceu. Hoje a paciente tem acompanhamento médico e faz exames a cada três meses”, diz doutora Carla.
Outra caso de tratamento bem sucedido é o de Drielly, que há dois anos, então com 8 anos de idade, começou a sentir febre alta e dores nas pernas, sem que os médicos conseguissem descobrir a causa. Mas quando manchas vermelhas começaram a aparecer pelo seu corpo (chamadas de petéquias ou sangramentos prolongados resultantes de pequenos ferimentos), os pais não perderam tempo e correram novamente para o médico para solicitar novos exames, inclusive de sangue. Com isso veio o resultado: leucemia. A paciente foi encaminhada ao Graacc, onde foi internada por uma semana.
“Ao receber a notícia ficamos muito preocupados, mas a médica nos disse que a doença foi diagnosticada a tempo com boas chances de cura”, conta o pai de Drielly, Carlos Alberto da Silva, que trabalha em casa e teve disponibilidade acompanhar todo o tratamento da filha no hospital. “É difícil diagnosticar a leucemia na sua primeira fase, pois seus sintomas – fadiga, falta de apetite e febre intermitente – são semelhantes aos de outras doenças típicas da infância. No caso de Drielly ainda bem que seus pais ficaram bem atentos”, explica a doutora Maria Lucia Lee, hematologista do Graacc.
Drielly recebeu quimioterapia durante seis meses em dias alternados. Depois continuou tomando remédios orais durante um ano. Faz seis meses que ela está livre do tratamento. A princípio, a cura da leucemia requer a erradicação completa das células leucêmicas, o mais precocemente possível. “Na prática, procura-se reduzir o número das células leucêmicas até o ponto em que não mais ocorra a manifestação clínica e laboratorial da doença, tecnicamente definido como estágio de RCC (Remissão Clínica Completa)”, afirma doutora Maria Lucia. “O organismo de Drielly reagiu bem aos medicamentos e ela, agora, só precisa vir ao Graacc para fazer exames de rotina”.

Fonte: Lide Soluções Integradas em Comunicação

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Câncer e alimentação

Brasileiros estão ingerindo menos de um terço dos alimentos recomendados na prevenção do câncer

Área de Nutrição e Alimentação do Inca (Instituto Nacional de Câncer) José Alencar Gomes da Silva alerta que 19% dos casos de câncer podem ser evitados por meio de hábitos alimentares saudáveis

O módulo “Consumo Alimentar Individual” da POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatítica), divulgada em julho desse ano, indicou que os brasileiros estão ingerindo menos de um terço dos alimentos recomendados para a prevenção do câncer. Conforme os dados da POF, o consumo de frutas, legumes e verduras diário é de apenas 126,4 gramas, menos de um terço dos 400 gramas mínimos recomendados para prevenir o câncer.
O Fundo Mundial para Pesquisa contra o Câncer (WCRF, na sigla em inglês) e o Inca estimam que se a população brasileira passasse a consumir diariamente, no mínimo, 400 gramas desses alimentos, um de cada três casos de câncer de cavidade oral (boca, faringe e laringe), um em cada três casos de câncer de pulmão, um de cada quatro casos de câncer de estômago deixariam de ocorrer.
De acordo com o relatório Políticas e Ações para a Prevenção do Câncer no Brasil, a combinação de alimentação saudável e atividade física é capaz de prevenir 63% dos casos de câncer de boca, faringe e laringe; 60% dos tumores de esôfago e 52% dos casos em que a doença atinge o endométrio. O nutricionista da área de Alimentação, Nutrição e Câncer do Inca, Fábio Gomes, aponta outro dado preocupante do estudo do IBGE: a presença de 523 gramas de carne vermelha na mesa dos brasileiros toda semana. “De acordo com as informações de consumo alimentar individual, 7% dos casos de câncer de cólon e reto (intestino grosso) poderiam ser evitados se a média de consumo semanal de carne vermelha fosse inferior a 500 gramas”, afirma Fábio.
Conforme os estudos do Inca, as carnes (incluindo peixes e aves) salgadas e processadas também deveriam ser evitadas para prevenir o surgimento de cânceres de estomago, cólon e reto, os quais estão entre os cinco mais incidentes na população brasileira. O consumo dessas carnes é, hoje, em média, de 100 gramas por semana, segundo a POF.
O alto teor calórico em alimentos de pequeno volume, como biscoitos, assim como a ingestão em demasia de bebidas açucaradas, como refrigerantes e refrescos artificiais, estão diretamente ligados ao ganho de peso e propensão à obesidade, que, por sua vez aumentam o risco dos cânceres de esôfago (23%), pâncreas (18%), vesícula biliar (10%), cólon e reto (5%), mama (14%), endométrio (29%) e rim (13%).
“Uma família de quatro pessoas, por exemplo, consome semanalmente um quilo e meio de guloseimas (1500,8) e mais de seis litros (6711,6) de refrigerantes e refrescos adoçados, o que tem contribuído de modo relevante para as estatísticas de excesso de peso, que hoje já afeta metade da população adulta, um terço das crianças e um quinto dos adolescentes brasileiros”, declara Fábio.
O diretor-geral do Inca, Luiz Antonio Santini, esclarece que hábitos alimentares saudáveis somados à atividade física regular e peso corporal adequado poupariam, no mínimo, R$ 84.210.688,00, em gastos do SUS (Sistema Único de Saúde), no ano de 2010.
De acordo com as estimativas do Inca, só até o final de 2011, quase meio milhão de pessoas deverão receber o diagnóstico de câncer no Brasil. Desse total, as mulheres estão no topo do ranking, com cerca de 253 mil casos (52%), contra os 236 mil casos estimados para os homens.

Câncer colorretal pode ter cura

Poucos pacientes comentam a doença por constrangimento. Uma pena: o câncer de reto e cólon (segmento do intestino grosso) é tratável e, na maioria dos casos, curável, se detectado precocemente

Conhecido como câncer colorretal quando abrange tumores que acometem o intestino grosso (o cólon) e o reto, esse tipo de câncer apresenta estatísticas crescentes no Brasil. Dados do Inca (Instituto Nacional do Câncer) revelam que, em 2010, a estimativa do número de casos era de 28.110, sendo 13.310 homens e 14.800 mulheres, número maior, por exemplo, que a previsão no mesmo período para o câncer de pulmão (27.630 casos), do estômago (21.500 casos) e de colo de útero (18.800 casos).
Importante ressaltar que o câncer colorretal é tratável e, na maioria dos casos, curável, quando detectado precocemente e caso não tenha se espalhado para outros órgãos. De acordo com o gastroenterologista e cirurgião oncológico Dino Altmann, muitos desses tumores surgem a partir de pólipos, que são lesões benignas que podem crescer na parede interna do intestino grosso. “Uma maneira de prevenir o aparecimento dos tumores cancerosos seria a detecção e a remoção desses pólipos, antes de eles se tornarem malignos”, informa o especialista.

Detecção e tratamento

Os sintomas são simples, mas merecem observação: mudanças no hábito intestinal, como diarreia ou prisão de ventre, desconforto abdominal com gases ou cólicas, são alguns deles. Outros sinais de alerta são sangramento nas fezes, sangramento anal e sensação de que o intestino não se esvaziou após a evacuação, fezes pastosas de cor escura, náuseas, vômitos e sensação dolorida na região anal, com esforço ineficaz para evacuar. “A partir desses sintomas, já há necessidade de orientação médica”. O médico diz que dois exames bastante simples podem detectar esse tipo de tumor precocemente: a pesquisa de sangue oculto nas fezes e colonoscopia, que é um exame de imagem que vê o intestino por dentro.
“Pessoas com mais de 50 anos devem se submeter anualmente à pesquisa de sangue oculto nas fezes. Caso o resultado seja positivo, é recomendada a colonoscopia. Embora a colonoscopia seja mais específica, seu alto custo não justifica seu uso na prevenção populacional”, explica Altmann. “Além disso, pacientes nesta faixa etária que apresentem anemia de origem indeterminada ou suspeita de perda crônica de sangue no exame de sangue devem fazer endoscopia gastrintestinal superior e colonoscopia”, recomenda. Depois dos exames preliminares, o diagnóstico é confirmado através de uma biópsia obtida a partir da lesão suspeita – é retirado um fragmento do tecido suspeito. Esse fragmento é retirado durante a colonoscopia. “A localização do tumor vai determinar a forma mais adequada de tratamento, que pode começar com a combinação de quimioterapia e radioterapia para os tumores do reto e a cirurgia para os tumores do cólon”, detalha Altmann. Segundo ele, o segundo passo é a definição, pelo cirurgião oncológico, quanto à necessidade de quimioterapia adjuvante após a cirurgia, para minimizar a possibilidade de volta do tumor. Todo esse procedimento vai depender do tamanho, da localização e extensão do tumor. “Quando a doença está espalhada, com metástases para o fígado ou outros órgãos, as chances de cura diminuem”, diz o especialista.

Prevenção

Como os demais tipos de câncer, algumas medidas também funcionam como forma de prevenir o câncer colorretal. A primeira dica, como sempre, abrange a questão da alimentação e qualidade de vida, já que obesidade e sedentarismo comprometem qualquer organismo. Os tumores colorretais estão relacionados a dietas ricas em gordura animal e pobres em fibras.
Assim, uma dieta pobre em gordura, principalmente a saturada, sem o consumo exagerado de carne vermelha, e muito rica em fibras, vegetais como frutas, verduras e legumes deve ser seguida como fator preventivo. Atividades físicas também são muito recomendadas. “Outros fatores aumentam o risco de desenvolvimento da doença, como história familiar de câncer colorretal ou história pessoal da doença, como na mulher, por exemplo, que já tenha tido câncer de ovário, útero ou mama”, explica o médico. “Também são fatores de risco as doenças hereditárias, como polipose adenomatosa familiar (FAP) e câncer colorretal hereditário sem polipose (HNPCC), ou ainda as doenças inflamatórias do intestino, como retocolite ulcerativa crônica e doença de Crohn”.

sábado, 12 de novembro de 2011

Inca renova recomendações para tratamento do câncer de mama no país

Objetivo é reduzir mortalidade e proporcionar maior qualidade de vida às mulheres com câncer de mama

O Inca (Instituto Nacional de Câncer) José Alencar Gomes da Silva anunciou o mês passado sete recomendações para controle da mortalidade do câncer de mama que complementam as lançadas em 2010, por ocasião do Outubro Rosa.
As recomendações lançadas em 2010 foram focadas em ações de prevenção, detecção precoce e informação de qualidade. As recomendações de 2011 representam um avanço porque adicionam às anteriores, novas recomendações focadas no tratamento das mulheres com tumores malignos de mama. Ambas não têm força de lei, mas se forem seguidas pela sociedade brasileira, têm potencial para reduzir a mortalidade decorrente do câncer de mama no Brasil, além de garantir uma melhora na qualidade de vida de mulheres com a doença.
O anúncio das recomendações, ação pioneira do Inca, ampliou as discussões sobre o tema em todo o país e contribuiu para impulsionar a mobilização dos movimentos organizados de mulheres. Medidas como essas fortalecem políticas públicas e contribuem para o controle do câncer de mama no país.
O câncer de mama hoje é o responsável pelo óbito de 12 mil mulheres por ano. É o tumor que mais mata a população feminina em todo o país, com exceção da Região Norte. Por isso, o INCA pretende reunir especialistas brasileiros, gestores, pesquisadores, ONGs e profissionais de saúde para discutir políticas públicas e o papel da sociedade no controle da doença. “O objetivo do Inca é contribuir com informação de qualidade para a sociedade sobre a doença. Esperamos que, por meio desse amplo debate, essas recomendações possam ser incorporadas na atenção às mulheres”, afirma o diretor-geral do Inca, Luiz Antonio Santini.
Segundo a publicação lançada pelo Inca “Estimativas – Incidência de Câncer no Brasil 2010-2011”, o país terá 500 mil novos casos de câncer por ano. Desse total, 49.240 mil são relativos aos tumores de mama. As maiores taxas estimadas da ocorrência deste câncer estão nos estados: no Rio de Janeiro 88,3 casos de câncer de mama por cada 100 mil mulheres; no Rio Grande do Sul, 81,57, por 100 mil; no Paraná, 54,46, por 100 mil e em São Paulo, 68,04 por 100 mil.

O Inca recomenda que:

1. Toda a mulher com diagnóstico de câncer de mama confirmado deve iniciar seu tratamento o mais breve possível, não ultrapassando o prazo máximo de 3 meses. Estudos científicos mostram que atraso superior a três meses entre o diagnóstico e o início do tratamento do câncer de mama comprometem a expectativa de vida da mulher (sobrevida).

2. Quando indicado, o tratamento complementar de quimioterapia ou hormonioterapia deve ser iniciado no máximo em 60 dias e o de radioterapia no máximo em 120 dias. O prazo para o início do tratamento complementar é um componente crítico no cuidado do paciente com câncer de mama. Atrasos no início do tratamento complementar aumentam o risco de recorrência local da doença e diminuem a sobrevida. Em algumas situações de tratamento com quimioterapia, a radioterapia pode ocorrer apos os 120 dias.

3. Toda mulher com câncer mama deve ter seu diagnóstico complementado com a avaliação do receptor hormonal. Os receptores hormonais são proteínas que se ligam aos hormônios mediando seus efeitos celulares. A avaliação é feita no material da biópsia que medirá um percentual dos receptores nas células tumorais. A dosagem desses receptores permite identificar as mulheres que irão se beneficiar do tratamento complementar chamado hormonioterapia. A presença de receptores hormonais nos tumores de mama é alta na população e aumenta com a idade.

4. Toda mulher com câncer de mama deve ser acompanhada por uma equipe multidisciplinar especializada que inclua médicos (cirurgião, oncologista clínico e um radioterapeuta), enfermeiro, psicólogo, nutricionista, assistente social e fisioterapeuta. O câncer de mama é uma doença complexa cujo tratamento requer a cooperação de diferentes profissionais e saberes. A experiência mundial aponta que serviços que oferecem uma abordagem multidisciplinar e multiprofissional têm melhor desempenho no tratamento do câncer de mama.

5. Toda mulher com câncer de mama deve receber cuidados em um ambiente que acolha suas expectativas e respeite sua autonomia, dignidade e confidencialidade. Acolher as mulheres em suas necessidades nas diferentes etapas do tratamento, por meio de abordagem humanizada que respeite seus direitos, possibilita um melhor enfrentamento da doença.

6. Todo hospital que trata câncer de mama deve ter Registro de Câncer em atividade. Os Registros Hospitalares de Câncer coletam informações essenciais para acompanhar, monitorar e avaliar a qualidade do tratamento oferecido à mulher. As informações dos Registros subsidiam a implementação de políticas e ações de melhoria contínua na busca de padrões de excelência no tratamento.

7. Toda mulher com câncer de mama tem direito aos cuidados paliativos para o adequado controle dos sintomas e suporte social, espiritual e psicológico. O câncer é uma doença que fragiliza seu portador e familiares em diferentes dimensões da vida. O suporte social, espiritual e psicológico para os pacientes e familiares fortalece os sujeitos para o enfrentamento da doença.

Investimento do Ministério da Saúde na área

O Ministério da Saúde vai investir até 2014, R$ 4,5 bilhões em prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer de mama e de colo de útero. O programa prevê a implantação de 50 centros para atendimentos em mastologia ou ginecologia, que acelerarão o início do tratamento após a confirmação do diagnóstico. A localização destes centros será definida entre o ministério e os estados, priorizando as regiões onde é menor o acesso.
No tratamento, o programa visa reduzir o déficit por assistência especializada, com a estruturação, até 2014, de 32 novos serviços avançados em hospitais habilitados para o tratamento oncológico e a substituição de equipamentos em 48 hospitais.

sábado, 15 de outubro de 2011

Luto

Hoje chorei de tristeza, de raiva, de impotência por saber que o câncer venceu uma pessoa tão ímpar quanto Seu Diógenes. Quando eu o chamava de "senhor", ele achava engraçado, por estar acostumado a ouvir o apelido carinhoso de Didi. Quando voltei ao trabalho, de um ano e três meses fora da redação, ele me recebeu com um abraço carinhoso. Sempre tinha uma palavra amiga, elogios ao meu cabelo, minha roupa, meu sorriso. Uma pessoa que me fazia bem, que eu preferia consultar quando tinha dúvida sobre algum assunto, ao invés de correr para o google e resolver o problema. Poderia ser mais rápido, mas com certeza eu teria perdido muitas e muitas histórias que somente ele sabia contar. Estava viajando quando soube da notícia e fiquei meio sem chão. Ainda estou sem chão. Ele vai fazer muita falta. O céu hoje ganhou mais uma estrela linda, mas a redação perdeu uma grande parte de seu brilho com sua partida. Fique com Deus, querido amigo!

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Perda imensurável

Numa sociedade em que tantas notícias imbecis são destaque e pessoas acham que ofender os outros é fazer humor, vale ler sobre esse exemplo de criança que tentou deixar um mundo melhor antes de partir.

Morre menino com câncer que arrecadou mais de R$ 1 milhão em campanha com pulseiras

Um britânico de 11 anos que conseguiu arrecadar mais de 500 mil libras (R$ 1,4 milhão) para caridade morreu após uma batalha de quatro anos contra um tumor no cérebro.
Harry Moseley, de Birmingham, ficou conhecido depois que decidiu vender pulseiras que ele mesmo fazia em uma campanha chamada "Ajude Harry a Ajudar Outros", junto à ONG Cancer Research UK.
Por causa do trabalho de caridade realizado enquanto o menino enfrentava quimioterapia e radioterapia, Harry ganhou o título de "Criança Mais Generosa da Grã-Bretanha" e conquistou fãs famosos, como os jogadores de futebol John Terry, Frank Lampard e Rio Ferdinand, o primeiro-ministro David Cameron, que foi visto usando uma de suas pulseiras, além de apresentadores de TV e empresários.

Twitter
Harry estava em coma desde agosto, depois que seu tumor cresceu 50% e ele teve de passar por uma cirurgia.
No domingo, a mãe de Harry, Georgina Moseley, anunciou a morte no Twitter @harry_moseley.
"Meu menino corajoso e inspirador adormeceu nos meus braços às 23h10. De repente, nosso mundo virou um lugar muito escuro e cruel."

Pulseiras para a Grã-Bretanha
A página de Harry no Twitter foi inundada de homenagens ao menino.
Richard Taylor, diretor-executivo de arrecadação e marketing da instituição Cancer Research UK, disse: "Estamos extremamente entristecidos em ouvir que o extraordinariamente corajoso Harry Moseley tragicamente perdeu sua batalha contra o câncer no cérebro com apenas 11 anos de idade."
"Harry era um menino especial – mesmo quando enfrentava uma doença fatal, ele manteve sua personalidade audaciosa e sua vontade de ajudar os outros", disse Taylor.
"Era o desejo de Harry que toda a Grã-Bretanha usasse uma de suas pulseiras com orgulho. Ele tocou os corações de todos que ele encontrou e a diferença que ele fez em sua curta vida é impressionante."

Palestras sobre câncer de mama

Oi pessoal! Voltei da viagem e, dois dias depois, na quarta passada, estive na Indústria Maittra, em Americana, onde dei duas palestras sobre câncer de mama. Nem considero palestra, considero mais um bate papo, onde conto minha história e também falo sobre exames preventivos. Muito legal a participação das pessoas e, principalmente, perceber que elas mostram bastante interesse em se cuidar. Feliz porque finalmente estou conseguindo levar às pessoas a mensagem que queria sobre cura!

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

SIMPLESMENTE FELIZ!

Estive aqui há cerca de um mês me lamentando por todos os exames que teria de fazer e consultas médicas agendadas. Essa semana finalmente estou livre das consultas, mas ainda tenho dois exames: a cintilografia óssea (tentei enrolar mas meu mastologista não abriu mão dela!) e um ultrassom no braço, onde cresceu um lipoma (placa de gordura). De resto, até o momento, todos foram unânimes em dizer que estou ótima, apenas acima do peso (eterna luta!). Depois de todo esse alívio, agora estou nos preparativos para terça que vem, quando embarco para Buenos Aires e depois El Calafate, na Patagônia. Ano passado fui ver deserto, esse ano vou conhecer geleiras. Passear sempre faz bem à alma, e quero aproveitar muito minhas férias! Aquela angústia de exames e consultas passou, e agora estou mais fortalecida. Cada mês passado é mais um tijolo que coloco naquele muro que, ao alcançar cinco anos, me dará a certeza da cura total. Qual o sentimento hoje? SIMPLESMENTE FELIZ!

Dez dicas para se proteger do câncer

1. Pare de fumar! Esta é a regra mais importante para prevenir o câncer.

2. Uma alimentação saudável pode reduzir as chances de câncer em pelo menos 40%. Coma mais frutas, legumes, verduras, cereais e menos alimentos gordurosos, salgados e enlatados.

3. Evite ou limite a ingestão de bebidas alcóolicas. Os homens não devem tomar mais do que dois drinques por dia e as mulheres devem limitar este consumo a um. Além disso, pratique atividades físicas moderadamente durante pelo menos 30 minutos, cinco vezes por semana.

4. É aconselhável que homens, entre 50 e 70 anos, na oportunidade de uma consulta médica, orientem-se sobre a necessidade de investigação do cancer de próstata.

5. Os homens acima de 45 anos e com histórico familiar de pai ou irmão com câncer de próstata, antes dos 60 anos, devem realizar consulta médica para investigação de câncer da próstata.

6. As mulheres com 40 anos ou mais devem realizar o exame clínico das mamas anualmente. Além disto, toda mulher, entre 50 e 69 anos, deve fazer uma mamografia anualmente. As mulheres com caso de câncer de mama na família (mãe, irmã, filha, prima, avó, diagnosticados antes dos 50 anos) ou aquelas que tiverem câncer de ovário ou câncer em uma das mamas, em qualquer idade, devem realizar o exame clínico e mamografia, a partir dos 35 anos de idade, anualmente.

7. As mulheres com idade entre 25 e 59 anos devem realizar exame preventivo ginecológico. Após dois exames normais seguidos, deverá realizar um exame a cada três anos. Para os exames alterados, deve seguir as orientações médicas.
8. É recomendável que mulheres e homens, com 50 anos ou mais, realizem exame de sangue oculto nas fezes, a cada ano (preferencialmente), ou a cada dois anos.
9. No lazer, evite exposição prolongada ao sol, entre 10h e 16h, e use sempre proteção adequada como chapéu, barraca e protetor solar. Se você se expõe ao sol durante a jornada de trabalho, procure usar chapéu de aba larga, camisa de manga longa e calça comprida.

10. Realize diariamente a higiene oral (escovação) e consulte o dentista regularmente.

Fonte: Orientações baseadas nas informações do Inca (Instituto National do Câncer)

sábado, 27 de agosto de 2011

Cansada de exames

Falta uma semana para fazer de novo todos os meus exames. Passaram-se apenas três meses desde a última vez. Depois de oito anos, estou ficando cansada. Sinto como se tivesse dois meses e pouco de liberdade plena, e de repente me visse jogada em uma cela, dependendo de exames para saber se continuo livre para viver plenamente.
Semana passada estive em Ribeirão Preto, para acompanhamento do ressecamento da vista, causado pelo Tamoxifeno. Tudo estável, devo manter os colírios. Notícia boa é que agora vou voltar somente daqui a seis meses.
A maratona continua semana que vem, quando faço sei lá quantos exames. Junto aos tradicionais, ainda tenho de acrescentar vários para análise do fígado, que agora está super hiper mega intoxicado por causa do Tamoxifeno (olha o vilão de novo). Na outra semana, consulta com quimioterapeuta e hepatologista. Depois, na outra, consulta com mastologista. Ou seja, em menos de um mês, terei ido em quatro diferentes especialistas, todos eles, de alguma forma, relacionados aos câncer ou aos efeitos colaterais do remédio que tomo para prevenir do CA de mama. Ironia das ironias, em alguns casos esse mesmo remédio pode provocar tumores no fígado, útero e ovário. Tento não pensar nisso mas, quando vejo que vários dos efeitos estão se manifestando, óbvio que tenho medo. Sou humana, né? Choro e rio como todo mundo. Na maior parte do tempo procuro ser positiva, mas tem horas que cansa - e como cansa!
Quando terminei tudo - tratamento e cirurgias - eu sabia que nunca mais teria uma vida completamente normal, ou seja, sem retornos constantes aos médicos. Mas achava que levaria numa boa, que faria parte da minha rotina. Mas não imaginava o quanto o medo de ficar doente de novo me deixaria assim quando chegasse essa época.
Por isso chego a me irritar quem fala que basta acabar o tratamento que a pessoa deve esquecer para sempre que teve câncer. Se não tiver que fazer exames de três em três meses, não tiver mil cicatrizes, não tomar remédio com efeitos colaterais medonhos, pode ser que seja fácil esquecer mesmo tudo. Caso contrário, pode-se viver muito bem, como eu vivo, mas perto dos exames passar por esse nervoso novamente.
Ah, e por favor, quem nunca passou por isso não venha me dizer que podia ser pior... Podia ser, eu sei, eu podia ter tido metástase, podia ter morrido, podia um monte de coisas ruins. Mas só quem passa sempre por esse stress sabe o que é ficar na expectativa de mil resultados de exames. Porque podia ser melhor, eu podia nunca ter tido câncer, não é mesmo? Porque é fácil a gente achar que o outro sempre tem de ser forte, quando a gente não sabe o que o outro sente.
Desculpem o desabafo... mas tem momentos em que a gente precisa falar o que está sentindo. Hoje foi um desses momentos. Pode ser que amanhã eu mesma ache que fiz uma tempestade em copo d'água e me arrependa dessa crise emocional. Ou pode ser que eu continue triste e ansiosa, porque depois dos exames tem a espera dos resultados. Ou pode ser que eu me feche e não escreva nem fale mais nada. Mas agora, neste momento, estou extremamente triste em saber que todo esse processo está começando de novo...

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Dieta saudável e balanceada previne câncer

Todo mundo já sabe disso, mas vale reforçar que uma boa alimentação é super importante para prevenir o câncer:

Comer bem não quer dizer necessariamente saciar a fome com um prato cheio. Pelo menos não na linguagem médica, em que comer bem significa praticar uma dieta balanceada, com pratos ricos em proteínas, carboidratos, gorduras e minerais, que supram as necessidades energéticas diárias e contribuem para qualidade de vida e redução de incidência de doenças.
De acordo com o gastroenterologista e cirurgião oncológico Dino Altmann, a prevenção de doenças como o câncer é conquistada com boa qualidade de vida, em todos os sentidos, e uma dieta rica em fibras (frutas frescas e secas, verduras, legumes, saladas, aveia, cereais) e pobre em gorduras animais. “Deve-se evitar carnes vermelhas como maior teor de gordura, queijos amarelos, creme de leite e gema de ovo. Dê preferência a peito de frango, peixes, leite desnatado, queijo branco, ricota, cottage e iogurte. E evite, sempre que possível, açúcar e doces”.
Altmann recomenda o consumo de alimentos que contenham substâncias antioxidantes, como chá verde, uvas roxas, amoras, framboesas e vinho, que contêm catequinas, que podem prevenir tumores, assim como o brócolis, que produz uma substância antioxidante chamada glutation, que ajuda a manter as artérias permeáveis ou desobstruídas. Já alimentos vermelhos em geral, como tomate, goiaba vermelha, melancia, cerejas, pimentão vermelho, açafrão, páprica, contêm antioxidantes como os flavonoides e o licopeno. “Esses alimentos, juntamente com os ácidos graxos monoinsaturados (como o azeite de oliva), isoflavonas (soja) também atuam na prevenção de tumores, particularmente os de mama, próstata e intestino”, afirma o especialista. “E para melhorar a imunidade, o ideal é utilizar óleos vegetais de girassol, soja e milho, comer muitos vegetais e peixes de água fria – que se alimentam de fito plâncton – como o salmão, arenque, bacalhau, cavala e truta”.
Segundo o gastroenterologista, alguns fatores podem provocar câncer, além de uma alimentação errada e desregrada e o consumo de bebidas alcoólicas. Fumantes também possuem mais chances de desenvolver a doença do que os não fumantes. Altmann ressalta que as medidas preventivas são aquelas fundamentais para qualquer vida saudável, como adotar dieta balanceada, evitar consumo de álcool, fumo e outras drogas, combater o sedentarismo e a obesidade, já que os obesos tem maior propensão a desenvolver câncer. “Há também um grupo de risco com maior probabilidade de desenvolver a doença, como aqueles com histórico familiar de câncer, ou que já sofrem de pancreatite crônica ou de diabetes melitus, ou que foram submetidos a cirurgias de úlcera no estômago ou duodeno. Nesses casos, segundo ele, recomenda-se que esses grupos de risco realizem exames clínicos regularmente.

Outras dicas:

- Tenha o café da manhã como principal refeição do dia.
- Coma diariamente mamão, banana, cenoura, tomate, e tome suco de laranjas.
- Tome sempre muito líquido durante o dia, como sucos (laranja, limão, maçã, pêssego, pera, abacaxi e acerola), chás e água.
- Habitue-se a tomar chás de frutas, ervas e chá verde. Podem ser digeridos frios ou quentes.
- Frutas, de maneira geral, e banana em particular (rica em eletrólitos como potássio e micronutrientes), além de frutas secas e castanhas (caju, nozes, avelãs, amêndoas) devem ser consumidas a qualquer hora e com bastante frequência.
- Tome uma taça de vinho tinto (uma só) ou suco de uvas diariamente.

Sugestão de cardápio (consumir alternadamente)

Café da manhã: suco de laranja, chás de frutas ou ervas, frutas frescas ou secas, müsli ou cereais, iogurte, leite desnatado ou de soja, mel, geleias, pães (centeio ou integral) torradas, queijos (de preferência branco), fatias de peru, clara de ovos.

Lanche da manhã: frutas, iogurte, leite ou suco s de soja, biscoitos, sanduíches de pão integral com queijo branco, peru, frango, presunto, tomate, geleias, mel.

Almoço: frango, peixe, legumes, verduras, saladas, massas, arroz, feijão ou grãos, batatas, sucos e frutas na sobremesa.

Lanche da tarde: frutas, sucos, chás de frutas ou ervas, biscoitos, barras de cereais.

Jantar: frango, peixe, legumes, verduras, saladas, massas, arroz, feijão ou grãos, batatas, sucos, e frutas na sobremesa.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Pacientes escolhem Instituto do Câncer como melhor hospital público de SP

Essa notícia nos mostra que, quando há vontade e trabalho sério, é possível, mesmo na esfera pública, dar um atendimento excelente aos pacientes de câncer:

O Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) “Octavio Frias de Oliveira”, unidade ligada à Secretaria de Estado da Saúde e à Faculdade de Medicina da USP, é o melhor hospital público do Estado. É o que aponta a mais nova Pesquisa de Satisfação dos Usuários do SUS (Sistema Único de Saúde), promovida pela Secretaria de Estado da Saúde.
Responderam à pesquisa 204,4 mil pacientes atendidos entre julho e dezembro de 2010 em 630 hospitais e centros de saúde de todo o Estado. O objetivo do projeto é monitorar a qualidade de atendimento e a satisfação do usuário, reconhecer os bons prestadores, identificar possíveis irregularidades e ampliar a capacidade de gestão eficiente da saúde pública.
Os usuários receberam formulários e puderam encaminhar suas respostas por meio de carta, internet e telefone, avaliando quesitos como a satisfação com o atendimento prestado por médicos e outros profissionais, qualidade das instalações onde o paciente foi internado, acolhimento dado pelo hospital aos pacientes e familiares e tempo de espera para internação, entre outros quesitos.
Cada formulário respondido gerou uma nota. Para o Icesp a nota média obtida foi 9,65. O segundo colocado na pesquisa foi o Hospital Estadual de Américo Brasiliense, também da Secretaria, com média de 9,62, e o terceiro foi o Hospital do Câncer de Barretos, com nota 9,60 (veja relação completa abaixo).
Com cerca de 500 leitos, o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo foi inaugurado em maio de 2008. É o maior centro especializado em oncologia da América Latina. No ano passado, realizou cerca de 11.000 internações.
Uma das características essenciais do Icesp é a inovação na assistência prestada, que permite ao paciente ter todas as fases de seu tratamento, a partir do diagnóstico até a reabilitação, integradas em um único local. Atualmente o instituto possui cerca de 50 projetos na área de humanização do atendimento a pacientes, familiares e funcionários.
“Esta pesquisa é fundamental para que tenhamos um panorama sobre o nível de satisfação dos pacientes em relação à qualidade dos hospitais públicos, não somente os mantidos pelo governo, mas todos aqueles que prestam assistência pelo SUS no Estado. Os dados são importantes indicadores que norteiam a gestão da saúde paulista”, diz o secretário de Estado da Saúde de São Paulo, Giovanni Guido Cerri.

Ranking e notas dos 10 melhores hospitais públicos, eleitos pelos usuários SUS/SP

1º - Instituto do Câncer do Estado de São Paulo “Octavio Frias de Oliveira” (capital) –9,652
2º - Hospital Estadual Américo Brasiliense – 9,623
3º - Hospital do Câncer de Barretos – 9,607
4º - Hospital Estadual de Ribeirão Preto – 9,581
5º - Hospital Estadual João Paulo II, de São José do Rio Preto – 9,565
6º - Sociedade Brasileira de Pesquisa e Assistência para Reabilitação Craniofacial (Sobrapar), de Campinas – 9,556
7º - Hospital Regional de Divinolândia – 9,507
8º - Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (Centrinho) de Bauru –9,477
9º - Hospital Pio XII de São José dos Campos – 9,465
10º– Hospital Estadual de Bauru – 9,449


domingo, 31 de julho de 2011

Hospital A.C.Camargo promove Corrida, Caminhada e Palestras

Quando descobertos em fase inicial os tumores de próstata são curados em mais de 95% dos casos. O segredo para isso está na prevenção e diagnóstico precoce, temas que serão compartilhados durante o mês de agosto com a população por meio de ciclo de palestras e por competidores que percorrerão 10 km em ruas de São Paulo.
Com a proposta de alertar a população sobre a importância de prevenir tumores de próstata por meio de hábitos de vida saudáveis, visitas regulares ao médico e realização de exames como toque retal e PSA, o Hospital A.C.Camargo anuncia ciclo de palestras gratuitas para o dia 9 de agosto com cirurgiões oncológicos e urologistas do Núcleo Avançado de Próstata e a Corrida e Caminhada Hospital A.C.Camargo – Prova Duque de Caxias no dia 21. Os dois eventos visam também difundir informações sobre prevenção de outros tumores urológicos como pênis, testículos e bexiga.
A proposta central é ilustrar ao público o quanto, na prática, a prevenção de câncer com adoção de rotina de vida saudável e a não negligência da realização de exames diagnósticos são atitudes diretamente ligadas ao sucesso do tratamento. “Entre cada 10 casos de câncer descobertos logo no início 9 são curados. Em se tratando de tumores de próstata iniciais o índice de cura está em 98% dos casos”, destaca o cirurgião oncológico e diretor do Núcleo Avançado de Próstata do A.C.Camargo, Gustavo Guimarães. Todos os anos aproximadamente 3 mil pacientes são diagnosticados com tumores urológicos apenas no A.C.Camargo, principal centro de tratamento oncológico da América Latina.
Embora sejam eventos voltados para a saúde do homem, o Hospital convoca as mulheres para não apenas participar como também serem protagonistas destas iniciativas, que fazem parte do Programa Embaixadora da Saúde, lançado no início deste ano pelo Hospital. Levantamento feito A.C.Camargo aponta que em 80% dos casos as esposas são participativas em todas as etapas da saúde do homem, desde a busca pelo médico até compartilhar de todas as decisões terapêuticas junto à equipe clínica. “Em muitos aspectos dos relacionamentos sociais, principalmente quando o assunto é zelar pela saúde da família, as mulheres são as personagens mais atuantes. É ela quem leva irmãos, filhos, marido, pai e avô ao médico”, aponta o CEO do A.C.Camargo, Irlau Marchado.

Corrida e Caminhada
Com largada às 8 horas na Avenida Pedro Alvares Cabral – nos arredores do Parque do Ibirapuera – acontecerá no dia 21 de agosto a Corrida e Caminhada Hospital A.C.Camargo – Saúde do Homem – Prova Duque de Caxias. Promovidas pelo A.C.Camargo em parceria com o Grupo Corpore Brasil as provas terão 3,1km (caminhada) e 10km (corrida).
Os dois percursos – ambos também com chegada na Avenida Pedro Alvares Cabral - são válidos para o Corri Todas, mas apenas a distância maior é válida para pontos no Ranking Corpore. As provas têm como parceira o Exército e fará parte das comemorações do aniversário de nascimento de Duque de Caxias, Patrono do Exército Brasileiro. Serão premiados com troféu os cinco primeiros colocados nas categorias masculino e feminino geral.
A competição contará com uma linguagem visual alusiva à prevenção de tumores urológicos e serão distribuídas cartilhas sobre como prevenir estas doenças. As inscrições estão abertas e podem ser feitas pelo sites www.accamargo.org.br e www.corpore.org.br. Nos sites é possível conferir o regulamento, informações sobre como retirar kits pré-prova e a camiseta e o mapa dos dois percursos. Jornalistas interessados em cobrir o evento ou participar de uma das provas podem entrar em contato com moura@comunique.srv.br.

Dicas aos competidores
- No dia da prova, alimente-se bem, porém como coisas leves e de fácil digestão. De preferência para o consumo de alimentos riscos em carboidrato como pão, barras de cereais, granola, cereais matinais, sucos, frutas, legumes, geleia e mel.
- Escolha tênis e roupas adequados para corrida ou caminhada.
- Faça um bom aquecimento antes do início da prova.
- Beba água ou hidrotônico durante o percurso, pois isso é muito importante para sua hidratação.
- Respeite os limites de seu corpo.
- Após a prova, faça uma alimentação reforçada, dando preferência aos alimentos ricos em carboidrato.

Encontro com Especialistas – Gratuito e aberto à população – inscrições pelo e-mail encontro@accamargo.org.br
O Hospital A.C.Camargo, por meio de seu Núcleo de Urologia, promove no dia 9 de agosto às 17h30 a 2ª edição do Encontro com Especialistas, que trará ciclo de palestras sobre prevenção e diagnóstico precoce de câncer de próstata e outros tumores urológicos que acomete a população masculina como pênis, testículos, bexiga, dentre outros.
Cirurgiões oncológicos e urologistas do Hospital esclarecerão as principais dúvidas do público sobre estas doenças, desmistificando mitos e tabus que costumam retardar a ida do homem ao médico e, em muitos casos, dificultando a procura dele por exames que visam o diagnóstico da doença em fase inicial.

SERVIÇOS
Corrida e Caminhada Hospital A.C.Camargo – Prova Duque de Caxias
Data: domingo, 21 de agosto de 2011
Local: largada e chegada Avenida Pedro Alvares Cabral, Ibirapuera.
Horário da largada: 8 horas
Percuso: Corrida (10km) e Caminhada (3,1km)
Vagas limitadas: inscrição pelos sites www.accamargo.org.br / www.corpore.org.br
Investimento: Associados Corpore: R$ 55 - não sócios: R$ 70.

Encontro com Especialistas
Data: terça-feira, 9 de agosto de 2011
Local: Hospital A.C.Camargo: Auditório José Ermírio de Moraes.
Horário: 17h30.
Palestrantes: Cirurgiões oncolológicos e urologistas do Hospital A.C.Camargo
Temas: prevenção de câncer de próstata e outros tumores urológicos
Endereço: Rua Professor Antônio Prudente, 211, Liberdade, São Paulo.
Inscrições gratuitas: encontro@accamargo.org.br

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Instituto Espaço de Vida Oferece Material Gratuito Online Sobre Câncer

Olá pessoal!
Andei meio relapsa com esse blog, mas ultimamente ando super preguiçosa mesmo. Engordei horrores e parece que com isso andei meio desanimada de tudo. Mas aos poucos vou retomando meu ânimo. Segue uma dica muito boa para quem tem dúvidas sobre o câncer de mama. É um site que juntou vários links para orientar tanto pacientes quanto parentes e amigos dos doentes. Vale a pena dar uma conferida!

Mães, avós, pais, filhas e filhos. Todas as pessoas podem, em algum momento da vida, ser vítimas do câncer de mama. Senão como pacientes, como cuidadores, ou seja, aquelas pessoas que ficam ao lado do doente durante todo o tratamento dando suporte e atenção para que o sofrimento seja abrandado.
“Pensando na necessidade por tomar conhecimento sobre o tratamento; como contar para os filhos e para o parceiro, sobre o câncer de mama em homens, os tipos de cirurgia entre tantos outros assuntos; decidimos oferecer por meio do Instituto Espaço de Vida as publicações da mais antiga fundação para informar pacientes em câncer de mama, a Fundação Susan G. Komen for the Cure”, explica a fundadora do Espaço de Vida, Christine Battistini.
O câncer de mama é o segundo tipo mais frequente no mundo, que apresenta baixo risco de morte desde que diagnosticado em estágios iniciais. Para melhorar as condições para este prognóstico e um bom acompanhamento de todas as etapas para o restabelecimento da saúde, pacientes e cuidadores podem acessar os informativos da série Facts for Life sobre diversos temas no Portal do Espaço de Vida (www.espacodevida.org.br).

sábado, 4 de junho de 2011

Belo exemplo de solidariedade!

Pessoal, somente sendo muito insensível para não se emocionar com essa matéria:
http://g1.globo.com/minas-gerais/noticia/2011/06/estudantes-raspam-cabelo-para-apoiar-colega-com-cancer-em-mg.html

Uma licão de solidariedade e educação, bem diferente daqueles que estamos acostumados a ler atualmente no dia a dia das escolas, onde o desrespeito e a indiferença estão predominando entre os alunos. Que mais jovens sigam esse exemplo!

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Cientistas identificam molécula que espalha forma mais agressiva de câncer de mama

BBC Brasil

Cientistas australianos do Instituto de Pesquisa Médica Garvan, em Sydney, conseguiram identificar uma molécula responsável por fazer com que o câncer de mama do tipo basal, um dos mais agressivos, cresça e se espalhe pelo organismo.
A descoberta, que foi divulgada na publicação científica internacional “Cancer Research”, pode ajudar a desenvolver medicamentos capazes de diminuir o tumor, facilitando o tratamento da doença.
- Ele (o câncer de mama basal) tende a afetar mulheres mais novas, e o resultado para estas pacientes é frequentemente ruim, explica a patologista e química Sandra O’Toole, uma das responsáveis pelo estudo.
O pesquisador Alex Swarbrick diz que encontrar um medicamento para este tipo de câncer é uma prioridade. O tumor do tipo basal tem células que se assemelham às células musculares normais da mama. E, segundo Swarbrick, não pode ser tratado com os mesmos medicamentos utilizados em outros casos de câncer de mama.
- O câncer do tipo basal é chamado de “doença triplo negativa” porque não produz receptores dos hormônios femininos estrogênio e progesterona nem da proteína HER2, que são atingidos pelas drogas Tamoxifen e Herceptin, usadas com muita eficácia no tratamento de alguns cânceres de mama.

Molécula “porco-espinho”

As células do câncer, segundo o estudo, criam as condições para sua própria sobrevivência comunicando suas necessidades para as células saudáveis que as rodeiam.
A molécula “porco-espinho”, que tem esse nome por causa de sua aparência espinhosa, contribui com essa comunicação, transmitindo sinais bioquímicos entre as células cancerígenas e as saudáveis do organismo.
Ela atua bastante durante o desenvolvimento humano, mas geralmente fica inativa durante a vida adulta. No entanto, pode ser ativada durante alguns tipos de câncer de pele, de cérebro e de pulmão.
Mas os pesquisadores do Instituto Garvan descobriram que, ao bloquear a molécula, os tumores de câncer de mama do tipo basal encolhem e param de espalhar-se pelo corpo.
De acordo com os cientistas, testes feitos em 279 mulheres com este tipo de câncer revelaram que aquelas que tinham moléculas “porco-espinho” ativas apresentaram piores condições.
Outros experimentos feitos com grupos de ratos indicaram que, quando os animais recebiam grandes quantidades da molécula, o câncer era mais agressivo e se espalhava mais.
Segundo Sandra O’Toole, quando a molécula era bloqueada nos ratos, os tumores eram menores e não se espalhavam tanto.
- Mostramos que silenciar estas moléculas afeta o crescimento do câncer de mama e sua metástase.
Por causa da associação da molécula com outros tipos de câncer, já há medicamentos que tentam bloquear sua atividade em fase de testes clínicos.
- Estamos com esperanças de que usando remédios já disponíveis possamos examinar alguns pacientes com câncer de mama e ver se eles estão sendo eficientes.
Na Austrália, cerca de 12,5 mil casos de câncer de mama são identificados a cada ano e 10% deles são do tipo basal.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Dia Mundial Sem Tabaco

Importante matéria divulgada pelo Inca (Instituto Nacional do Câncer). Apesar de meio longa, traz informações importantes e pertinentes sobre o assunto.

Oito em cada dez homens que morrem por doença respiratória crônica no Brasil são fumantes

Índice é superior à média mundial, de cinco óbitos em dez. Ao todo, um milhão de fumantes sofrem de quadro crônico de males respiratórios no País.

A participação do tabagismo na mortalidade por doenças respiratórias crônicas entre os brasileiros está acima da média mundial: oito em cada dez homens que morrem por esses males são tabagistas.
Entre as mulheres, são seis óbitos a cada dez. A média mundial é de cinco em cada dez óbitos entre os homens e dois em cada dez entre as mulheres. Além disso, um milhão de fumantes brasileiros, de ambos os sexos, jovens e idosos, convivem com alguma doença respiratória crônica, associada ao ato de fumar.
Os dados, levantados pela Pesquisa de Tabagismo (suplemento dedicado à Saúde dentro da PNAD 2008), estão sendo divulgados em um estudo especial realizado pelo Inca (Instituto Nacional de Câncer), como parte da celebração do Dia Mundial sem Tabaco, que este ano tem a CQCT (Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco) como tema central. A CQCT é um tratado internacional da OMS (Organização Mundial da Saúde), assinado por 172 países, que se comprometeram a implementar suas determinações para reduzir o consumo do cigarro e demais derivados do tabaco.
O estudo revelou que os fumantes a partir dos 30 anos, grupo que pode ser diagnosticado com doenças respiratórias crônicas dentro do recorte estudado, sofrem 40% mais com essas doenças, se comparados aos não-fumantes.
As doenças respiratórias crônicas representam hoje a terceira causa de mortalidade por doença no Brasil, ficando atrás apenas dos problemas cardiovasculares e dos cânceres. Somente no ano de 2008, cerca de quatro brasileiros morreram a cada hora por complicações respiratórias crônicas.
“Ao levantar as informações estatísticas, é importante alertar que o tabagismo não está associado somente ao câncer. Os números demonstram que os brasileiros mais dependentes da nicotina dificilmente conseguem deixar de fumar, mesmo após serem diagnosticados como portadores de males respiratórios crônicos, agravando seu quadro de saúde”, diz a coordenadora da Divisão de Epidemiologia do Inca, Liz Almeida.
O médico pneumologista da Divisão de Controle do Tabagismo do Inca, Ricardo Meirelles, afirma que mesmo que esses males sejam incuráveis, o primeiro passo a ser dado, a partir do diagnóstico confirmado, é procurar um serviço de saúde para entrar num programa de cessação do fumo. “O tratamento é oferecido pelo SUS (Sistema Único de Saúde), mas é importante que o doente esteja disposto a parar de fumar”, diz o médico.
As informações também apontam um novo tópico para a pauta da Reunião de Cúpula da ONU (Organização das Nações Unidas), que será realizada em setembro deste ano, em Nova Iorque, e tem como mote o enfrentamento das DCNTs (Doenças Crônicas Não-Transmissíveis). A ONU recomendou aos seus países-membros que incluam diabetes, problemas cardiovasculares, doenças respiratórias crônicas e o câncer entre os temas do encontro, já que as DCNTs são consideradas um entrave para o alcance das Metas do Milênio. Essas doenças são responsáveis por 60% das mortes em todo o mundo, ou 35 milhões de óbitos por ano. Desses, 80% ocorreram em países em desenvolvimento.
“No Brasil, o tabagismo se concentra na população de menor renda e escolaridade. Isso faz com que essas pessoas fiquem sob maior risco de desenvolver Doenças Crônicas Não-Transmissíveis, dentre elas as doenças respiratórias crônicas, que muitas vezes as tiram do mercado de trabalho e as inserem em um ciclo vicioso de pobreza”, destaca o diretor-geral do Inca, Luiz Antônio Santini.
O Inca também constatou que os dependentes severos da nicotina, quando comparados aos tabagistas leves, sofrem mais de problemas como enfisema e bronquite (85% a mais). Ou seja: além de serem vítimas de males respiratórios e terem menor adesão ao tratamento, também têm maior dificuldade de parar de fumar, uma vez que utilizam o cigarro de forma mais intensa.
“Os problemas respiratórios crônicos são doenças que, apesar de terem controle medicamentoso, não são curáveis e, no caso dos fumantes, o quadro pode se agravar, já que a fumaça inalada piora o estado de saúde do doente, por isso a importância de deixar o cigarro de vez”, explica a coordenadora da Divisão de Controle do Tabagismo do Inca, Valéria Cunha.

Tabagismo passivo

Um estudo da OMS, divulgado no final do ano passado, sobre mortalidade devido ao tabagismo passivo em todo o mundo mostrou que, no Brasil, morrem cerca de 7,5 mil brasileiros todos os anos devido a essa exposição altamente evitável. Um exemplo que deveria começar em casa: pais tabagistas de crianças e jovens portadores de asma, doença mais presente na infância, passam para seus filhos cerca de 4,7 mil substâncias nocivas presentes na fumaça do cigarro.
“Crianças que sofrem de asma, filhos de pais fumantes e que são expostas à fumaça do cigarro estão mais propensas a ter crises de falta de ar, chiado no peito e tosse”, explica o pneumologista do Inca, Ricardo Meirelles.
O médico alerta ainda que o tratamento deve ser permanente, com cuidados relativos à administração das medicações e com o ambiente: “Os pais que fumam e têm um filho asmático devem saber que além de prejudicar seu organismo estão afetando diretamente a saúde dessa criança”.
No caso das gestantes tabagistas, o risco é dobrado: fazem mal à própria saúde e à do bebê. “Um cigarro fumado pela gestante aumenta os batimentos cardíacos do feto, devido ao efeito da nicotina associado ao monóxido de carbono, diminuindo a oxigenação”, explica Meirelles.
A pesquisa mostrou, ainda, que os adultos não-fumantes moradores de áreas urbanas e expostos ao tabagismo passivo tiveram alto índice de diagnóstico de doenças respiratórias crônicas: 30% a mais do que aqueles que não foram expostos à fumaça do tabaco.

Convenção-Quadro para Controle do Tabaco

Como parte das celebrações do Dia Mundial Sem Tabaco, a OMS orientou os países-membros a promoverem a Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco, destacando os benefícios de sua aplicação na saúde das pessoas. Com o tema “Três maneiras de salvar vidas”, enfatizou o trabalho de bombeiros e salva-vidas, associando-o às diretrizes da Convenção-Quadro e contrapondo-os aos malefícios do tabaco. No Brasil, o órgão responsável pela implementação da CQCT é a Conicq (Comissão Nacional para Implementação da Convenção-Quadro), que engloba 17 ministérios, já que os desdobramentos do tabagismo vão além do setor saúde. A secretaria-executiva da Conicq é ocupada pelo Inca.
O Congresso Nacional ratificou a adesão do Brasil à CQCT, em 2005. Grande parte das medidas da Convenção-Quadro já estavam implementadas no País na ocasião, o que hoje se traduz em resultados positivos, como a redução da mortalidade por doenças cardiovasculares, respiratórias crônicas e por câncer de pulmão entre homens. De acordo com a Vigitel (Pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), do Ministério da Saúde, o número geral de fumantes caiu nas capitais do País de 16,2% para 15,1%, entre os anos de 2006 e 2010. Apesar disso, o trabalho do país no controle do tabagismo é constante, já que ainda há determinações da CQCT para serem colocadas em prática.
“Uma das iniciativas é promover o aperfeiçoamento da Lei 9.294/96, que embora proíba fumar em recintos coletivos fechados, permite a existência de fumódromos. A Convenção-Quadro recomenda a total proibição do ato de fumar em recintos coletivos fechados como a melhor forma de proteção contra o tabagismo passivo. Acumulam-se estudos sobre os efeitos positivos das leis “ambientes 100% livres da fumaça de tabaco” para a redução das internações por doenças cardiovasculares em vários países que já a implementaram. No entanto, o projeto de lei do Senado Federal nº 315 que atende a esses objetivos e que lá tramita, desde 2008, ainda não foi votado, apesar de ter recebido parecer favorável nas comissões de Constituição e Justiça e de Assuntos Sociais”, considera a secretária-executiva da Conicq, Tânia Cavalcante.
Para marcar a data, será lançado pelo Inca e pela Conicq o Observatório da Política Nacional de Controle do Tabaco. Trata-se de um ambiente online de referência no assunto para diversos setores. No Observatório, o internauta poderá encontrar as mais recentes informações sobre o controle do tabagismo no Brasil, bem como ser direcionado a sites dos órgãos que integram à Conicq.
Na pauta da Reunião de Cúpula da ONU para controle das DCNTs, medidas para redução do tabagismo são consideradas as mais urgentes, prioritárias e viáveis em seu custo. Junto com entidades médicas e outras representações da sociedade civil, a Conicq tem trabalhado para que o Brasil possa levar à reunião a noticia de que o Congresso Nacional aprovou a lei que torna o Brasil 100% livre da fumaça ambiental do tabaco, como já acontece em muitos países e até em alguns estados brasileiros, como São Paulo e Rio de Janeiro.
Durante o Fórum Global da OMS, em Moscou, em abril, a diretora-geral do órgão, Margaret Chan, enfatizou a importância da Convenção, chamando a atenção para uma visão mais crítica das relações entre indústria do tabaco e sociedade.
“O crescimento das Doenças Crônicas Não-Transmissíveis representa um enorme desafio para a saúde pública. Para alguns países, não é exagero descrever a situação como uma catástrofe iminente. Nós podemos compilar bibliotecas cheias de evidências sobre os perigos do tabaco e do fumo passivo, mas são outros os que fazem as leis para o controle do tabaco e as implementam.
Hoje, muitas das ameaças à saúde que contribuem para doenças não-transmissíveis vêm de empresas que são grandes, ricas e poderosas, movidas por interesses comerciais, e muito menos amigáveis para a saúde.
Esqueçam a colaboração com a indústria do tabaco. Nunca confie nesta indústria em nenhuma circunstância, sob qualquer acordo. Implementem a Convenção-Quadro. Assim, podemos evitar cerca de 5,5 milhões de mortes a cada ano. As pessoas não precisam fumar, mas elas precisam comer e beber”, disse Chan.

domingo, 22 de maio de 2011

Câncer nas mulheres afeta órgãos do aparelho reprodutor e mama

O câncer é uma das doenças com maior incidência de morte no mundo e apesar da evolução da medicina, a cura em casos avançados parece longe de acontecer. No entanto, hoje existem muitos tratamentos bem sucedidos e que não eram considerados possíveis no passado. Na população feminina, o câncer ocorre mais frequentemente na mama, em seguida no colo do útero, corpo do útero e mais raramente no ovário e vulva.
Desde a primeira menstruação, é recomendável que a mulher crie o hábito de consultar um ginecologista regularmente, cuidando dessa forma da sua saúde. Essa atitude é essencial para prevenir doenças e também faz com que ela aprenda a se conhecer melhor, podendo identificar os primeiros sintomas quando alguma coisa estiver errada. Com o acompanhamento médico, é mais fácil identificar o câncer na fase inicial e não apenas em estágios avançados.
De acordo com o Dr. Fábio A. A. Muniz, especialista em Ginecologia e Obstetrícia do Hospital e Maternidade São Cristóvão, apesar da maior incidência de câncer na mulher ser o de mama, todos os órgãos do aparelho reprodutor feminino podem desenvolver a doença e cada tem um tratamento específico indicado pelo médico especialista. “As principais características que definem a agressividade de um tumor, em geral, são o tamanho no momento do diagnóstico e a presença de metástases, que são focos a distância do tumor primário”, afirma.
Toda mulher pode desenvolver um câncer do sistema reprodutor ou da mama e algumas características podem sugerir um maior risco, sendo assim a consulta com seu ginecologista é a maneira mais adequada para se informar e definir estratégias de prevenção.

Saiba mais sobre cada tipo de câncer feminino:

Câncer de Mama – Mulheres com histórico familiar de câncer de mama (mães e irmãs que foram acometidas antes dos 50 anos) apresentam maior chance de desenvolver a doença. Primeira menstruação precoce, menopausa tardia (após os 50 anos), primeira gravidez após os 35 anos, não ter tido filhos, excesso de peso e a ingestão de álcool (mesmo que em quantidade moderada) também são fatores de risco.
Em relação aos sintomas podem surgir alterações da pele que recobre a mama, como abaulamentos ou retrações, inclusive no mamilo, ou aspectos semelhantes à casca da laranja. Secreção que mancha o sutiã, de um lado apenas, também é um sinal de alerta. Quando palpável um nódulo (caroço) no seio, geralmente indolor, deve ser esclarecido sua origem. E estes podem ainda surgir na axila. Muitos casos não apresentam sintomas ou sinais e só aparecem na mamografia. Este é o principal exame para se detectar precocemente o câncer de mama. O tratamento deve ser individualizado para cada caso, podendo ser realizada cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou hormonioterapia dependendo do estágio do câncer. É importante salientar que em situações de cirurgias mutiladoras pode se reconstruir a mama com técnicas de cirurgia plástica, permitindo um tratamento menos agressivo.

Câncer de Vulva – Os cânceres de vulva são tumores que se originam nas estruturas externas do trato reprodutor e acometem geralmente mulheres menopausadas. Podem ser visualizados e palpados como nódulos ou úlceras incomuns localizados próximos ou no orifício da vagina. Algumas vezes ocorrem placas descamativas ou alterações da cor.
Normalmente, o prurido é o primeiro sintoma, com seu aparecimento em 60% dos casos de câncer de vulva. O diagnóstico definitivo é feito por meio de biópsia e estudo histopatológico das amostras de tecido da lesão. Em geral, o tratamento é cirúrgico e radioterápico.

Câncer de ovário – Fatores hormonais, ambientais e genéticos estão relacionados com o aparecimento do câncer de ovário, além do histórico familiar. Ter tido câncer de mama, útero ou colorretal ou nunca ter engravidado também aumenta o risco de desenvolver a doença. A presença de cistos no ovário, bastante comum no dia a dia, não deve ser motivo para pânico. Na fase inicial, o câncer de ovário não causa sintomas específicos. À medida que o tumor cresce, pode causar pressão, dor ou inchaço no abdômen, pelve, costas ou pernas, náusea, indigestão, gases, prisão de ventre ou diarreia ou cansaço constante. Outros sintomas, apesar de menos comuns, também podem surgir, como necessidade frequente de urinar e sangramento vaginal. Diversas modalidades terapêuticas podem ser oferecidas como tratamento (cirurgia, radioterapia ou quimioterapia).

Câncer de colo de útero (cervical) - A idade média do diagnóstico é de 45 anos, mas a doença tem sido encontrada em mulheres de 20 a 30 anos. A infecção persistente pelo papiloma vírus humano (HPV) tem papel importante no desenvolvimento do câncer do colo de útero. Importante salientar que atualmente já existe vacina para este vírus. Os principais fatores de risco estão relacionados ao início precoce da atividade sexual e múltiplos parceiros. Deve-se evitar o tabagismo, pois está diretamente relacionado à quantidade de cigarros fumados.
Nas etapas iniciais do câncer de colo de útero (cervical) não há sintomas que começam a aparecer em fases mais avançadas do tumor. A ausência de sintomas faz com que a pessoa não suspeite da doença e retarde a visita ao médico. O exame de Papanicolau ainda é principal para prevenção deste tipo de câncer. Entre os tratamentos mais comuns estão a cirurgia e a radioterapia. Mulheres diagnosticadas precocemente, se tratadas adequadamente, têm praticamente 100% de chances de cura

Vamos doar medula óssea?

Levantamento do INCA traça perfil dos 2 milhões de doadores voluntários cadastrados

O Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome), gerenciado pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), traçou o perfil dos 2 milhões dos doadores voluntários no Brasil. O levantamento revelou que as mulheres lideram o cadastro como voluntárias (56%) e que 88% dos doadores têm menos de 45 anos, o que amplia a permanência dos voluntários no cadastro. A pesquisa também apontou que a Região Sudeste possui 48% dos doadores, seguidos por 25% do Sul e 14% do Nordeste. No Centro-Oeste, o total é de 8% e no Norte estão 5% dos cadastrados do país.
A Região Sudeste continua a ser a que mais tem doadores de medula óssea no Brasil, mas já se detecta uma tendência ao equilíbrio: Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo e Minas Gerais agora têm menos da metade dos cadastrados no Redome. Há cinco anos, a região era responsável por 57% dos doadores. “O levantamento é importante para sabermos em quais regiões é necessário um reforço nas campanhas, tendo em vista que a diversidade genética da população brasileira é muito vasta”, esclarece o diretor do Centro de Transplante de Medula Óssea do Inca e coordenador do Redome, Luís Fernando Bouzas.

Milhões de doadores voluntários

A marca de 2 milhões de pessoas cadastradas no país, motivada por campanhas de sensibilização promovidas pelo Ministério da Saúde e o Inca, em parceria com os hemocentros dos Estados, aumenta as chances de pacientes aguardando transplante de medula óssea. Desde que começou a ser gerenciado pelo Inca, há 11 anos, o Redome teve um aumento de 16.000% no número de cadastrados. Houve um aumento de 240% (2003-2009) no número de transplantes não-aparentados. “Em 2010, 67% dos transplantes foram realizados com material encontrado no Redome. Dos 167 transplantes de medula óssea não-aparentados (que utilizam doações voluntárias), 87 pacientes contaram com doadores nacionais. Hoje, há cerca de 1.200 pessoas aguardando por um doador compatível”, informa Bouzas.
Pensando no aprimoramento na área de transplantes de medula óssea - cada vez mais em expansão – nesse mês um novo sistema de cadastramento no Redome está sendo implantado em todo o Brasil. Desenvolvido pela equipe de Tecnologia da Informação da Fundação do Câncer, o sistema vai utilizar a tecnologia web e será gerenciado pelos hemocentros e laboratórios de histocompatibilidade (responsáveis pelos exames de compatibilidade). Cada instituição terá acesso ao seu banco dados: os hemocentros vão inserir as informações cadastrais dos doadores, enquanto os laboratórios entram com o resultado do exame. O número de identificação do doador será único, indicado logo no início do cadastro. O sistema vai evitar que haja duplicidade de entrada de doadores e será possível atualização do cadastro pelos profissionais dos hemocentros.

Veja como se tornar um doador de medula óssea:
http://www1.inca.gov.br/conteudo_view.asp?ID=64

Câncer é hereditário?

Oi pessoal!

Interessante texto a respeito da hereditariedade do câncer. Importante lembrar sempre que, para evitar a doença, o principal é sempre a prevenção e exames periódicos.

Bom domingo a todos!

Câncer é hereditário?

Uma pergunta frequente nos consultórios médicos: o câncer é hereditário? O que precisa ficar claro, antes de tudo, é que o câncer é uma doença que resulta da interação entre fatores ambientais e genéticos do indivíduo. Entretanto, uma parcela pequena dos tumores malignos são considerados hereditários (até 10%). “A maioria está relacionada à exposição a fatores ambientais, como tabagismo, hábitos alimentares, infecções, exposição solar, etc”, destaca Dr. Amândio Soares, médico oncologista e diretor da Oncomed Belo Horizonte.
É importante enfatizar que o câncer resulta do crescimento desordenado das células e dos tecidos por motivos muitas vezes desconhecidos. O tecido canceroso apresenta uma estrutura atípica dos tecidos e órgãos de que se originou, e uma capacidade ilimitada e incontrolável de se reproduzir. Seu desenvolvimento não obedece a nenhuma finalidade útil ao organismo. “O tumor tende a se disseminar e a lançar metástases (focos secundários, à distância) para várias partes do corpo, onde então continuam a se desenvolver”, reforça Amândio.
Alguns tipos de câncer estão diretamente relacionados a fatores ambientais, como o câncer de pulmão, associado ao hábito de fumar, e o câncer de pele, vinculado à excessiva exposição ao sol. Outros tipos, como o câncer de mama, podem estar relacionados a questões hereditárias, podendo ser passado, por exemplo, de mãe para a filha.
Quando a propensão genética é constatada, a pessoa deve tomar precauções para prevenir a doença. Dr. Amândio alerta que quem herda a predisposição para câncer de cólon, por exemplo, tem probabilidade de desenvolvê-lo e, por isso, deve se submeter, anualmente, a uma endoscopia para identificar pequenas deformações do tecido, evitando que elas evoluam para o câncer. “É importante que as pessoas saibam que muitos tipos de câncer podem ser curados, desde que diagnosticados em fases iniciais. Por isso, é fundamental realizar exames periódicos”, afirma.
Se um câncer é diagnosticado antes que saia do seu lugar de origem é muito mais provável que o tratamento tenha sucesso. Por exemplo, com a popularização da mamografia, as mortes por câncer de mama foram reduzidas em 30%. A mamografia de alta definição é capaz de perceber tumores de meio milímetro. Detectados nessa fase, 90% deles têm possibilidade de cura.
Portanto, sendo hereditário ou não, é importante procurar o médico caso diagnosticado qualquer alteração no organismo.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Beber café pode reduzir em 57% chance de ter câncer de mama

Como eu amo café, não ia deixar essa notícia passar batida:

Beber cinco xícaras de café por dia pode ser mais saudável do que se pensa. Após analisarem seis mil mulheres que já haviam entrado na menopausa, especialistas da Karolinska Institute de Estocolmo descobriram que mulheres que bebem café têm 57% menos chances de desenvolver câncer de mama, como divulgou o jornal britânico Daily Mail de ontem.
Cinco xícaras ajudam a proteger contra tumor maligno. O café seria um aliado na redução da absorção de receptores de oestrogênios causadores do câncer de mama maligno. Os pesquisadores disseram acreditar que o café possui diferentes compostos que colaborem com o combate de outros tipos de câncer de mama, mas outros estudos ainda precisam ser feitos.
Na Universidade do Missouri (EUA), os cientistas descobriram que algumas frutas e nozes ricas em apigenina também seriam capazes de reduzir significamente a formação de tumores de mama em ratas.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Tese de doutorado: “Mulheres e câncer de mama: experiência e biografia cindidas”

Muito boa essa tese de doutorado. Por mais duro que seja, ainda assim posso agradecer por ter tido a chance de fazer o tratamento com bons médicos, tudo pago pelo convênio. Realmente, é lamentável vermos o quanto a sociedade, e as próprias mulheres, acabam discriminando aquelas que têm o câncer de mama.

Os estigmas (e a ‘ruptura biográfica’) que marcam as pacientes com câncer de mama

Socióloga acompanha portadoras da doena em hospital público de Brasília

ISABEL GARDENAL

Estudo de doutorado desenvolvido na Faculdade de Ciências Médicas (FCM) com mulheres portadoras do câncer de mama mostrou que o estigma da doença continua marcando com sofrimento a vida delas, pois as pessoas vão logo associando-o com a morte. A autora da investigação, Maria Inez Montagner, apontou que já é hora de encarar a doença em seus aspectos social e cultural, não somente biomédico. Na área de Biomedicina, já existem muitas pesquisas e drogas sendo produzidas e elas têm desempenhado o seu importante papel, diz. “Mas é preciso buscar o corpo saudável com o menor impacto possível ao paciente. Isso porque, nos moldes atuais de intervenção, muitas mulheres se sentem mutiladas. E cura para elas tem outro significado”, defende. “Temos que começar a avaliá-las no seu grupo de pertencimento e tentar fazer com que isso se transforme em leis e em melhores condições para elas serem levadas ao centro de saúde mais rapidamente.”

Para chegar a essas conclusões, a socióloga realizou um trabalho de campo no Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF), o segundo maior hospital em número de leitos do Centro-Oeste do país. Sua finalidade foi ouvir as pacientes que chegam ao local com uma suspeita: será que o que eu tenho é câncer? Maria Inez procurou compreender o sofrimento de 19 portadoras de câncer de mama que não tinham plano de saúde e que dependiam unicamente do Sistema Único de Saúde (SUS) para fazer o diagnóstico, os exames e o tratamento. A doutoranda argumenta que as mulheres não vão chegar com rapidez ao centro de saúde enquanto elas souberem que demora o atendimento, que esse tratamento é doloroso e que elas vão morrer. “Chega disso. É necessário dizer-lhes que somente irão morrer se não tratarem o câncer.”

Outros objetivos também foram vislumbrados pela pesquisadora, como a relação das mulheres com o lado profissional porque, uma vez retirados os linfonodos, elas dificilmente podem fazer trabalhos braçais. E, em sua grande maioria, as entrevistadas desempenhavam este tipo de trabalho. Por conseguinte, elas perdiam o emprego. A pesquisa também avaliou a relação dessas mulheres com o sistema de saúde: como elas viam esse sistema como um todo?, como viam a organização? e como percebiam sua relação com os médicos? A autora explica que não tentou estudar os médicos e as pacientes, mas a experiência delas com o médico e a sua fala. “Este é um mundo novo principalmente para as pacientes pouco letradas, que desconhecem vocábulos do jargão médico e determinados procedimentos, os quais nem de longe suspeitam o que representam.”

Maria Inez conta que iniciou sua abordagem às pacientes na sala de espera do HBDF, que fica localizado praticamente no centro de Brasília, para saber quais eram os seus problemas e quais as soluções e estratégias encontradas para resolvê-los. Para isso, a socióloga dividiu o trabalho em três partes. Ela salientou que a primeira abrangeu a etapa do toque até o diagnóstico, a segunda envolveu o tratamento e, a terceira, a remissão.
Nessa primeira parte, as pacientes chegavam ao hospital sem ter a certeza do câncer, da gravidade da sua doença e da proposta de tratamento. “Eu sentava na sala de espera, as via entrar e perguntava o que elas iam fazer lá dentro, em especial porque eu percebi, depois de um tempo de pesquisa, que a palavra câncer nem sempre é tão natural de ser pronunciada nos primeiros momentos”, relata a socióloga.

Quando elas saíam da sala de consulta, as pacientes retornavam dizendo que o médico tinha confirmado que o problema era o ‘danado’, ‘ele’, ‘a coisa’, ‘o mal’. “Raramente nos primeiros encontros elas verbalizavam que estavam com câncer, mesmo porque muitas delas não o encaravam como doença. Uma das entrevistadas falou: ‘eu não sou doente; olhe os meus exames; eu só tenho câncer’”.

Assim, nos primeiros atendimentos, elas tinham dificuldade até de entender o que estava havendo. Porém sabiam que, num segundo momento, essa incerteza se transformaria em certeza e em ações. Entendiam que teriam que fazer o tratamento e que ele era 100% medicalizado. Compreendiam que o chazinho ensinado pelas mães pararia por ali. Começaria então o tratamento com todas as dificuldades do SUS.

Alguns casos iniciam pela quimioterapia, pelo fato de o tumor estar excessivamente grande, para depois recorrer à cirurgia. Em outros casos ocorre o inverso. Fato é que a pesquisadora comenta que, no dia seguinte à cirurgia, estava com as pacientes. “Eu as via acordar e via o sofrimento pela perda da mama.” Nessa segunda fase – o momento do tratamento –, o verbo mais empregado pelas mulheres era ‘perder’ (na fase anterior, a palavra mais usada era ‘medo’). Elas perdiam o marido, o emprego, os cabelos, as mamas, a movimentação dos braços e a feminilidade. A reestruturação de suas vidas aconteceria num terceiro momento, quando o tratamento propriamente dito terminaria e elas teriam de voltar para as suas vidas cotidianas.

A despeito disso, elas não recebem alta de pronto, porém uma certeza é muito nítida: a parte mais drástica já foi feita. É a “ruptura biográfica”, conceito utilizado por Maria Inez, auxiliada pelo pesquisador inglês Michael Bury. É quando o diagnóstico de uma doença grave instaura uma ruptura na trajetória de vida da paciente, a partir da qual as suas expectativas são ressignificadas.

“Passei a compreender que essa é uma mudança na identidade da mulher, uma vez que o que a define como tal é a mama. É assim que ela se vê: ‘eu sou mulher porque tenho seios’”, realça a socióloga. E de repente se veem sem eles, sem cabelos e com uma cor horrível pós-quimioterapia. As religiosas então têm um problema maior. É que algumas igrejas cultuam o cabelo como se fosse um véu. E no entanto elas os perdem. “É como se negassem a fé.”

A fase de reestruturação da vida em geral coincide com a fase da remissão da doença, que deve durar cerca de cinco anos, quando elas voltarão algumas vezes ao hospital. Ainda morrem de medo de ter uma metástase ou acham que o câncer pode ir para outra mama, mas compreendem que a vida deverá continuar.

Abordagem
Maria Inez estudou mulheres com câncer de mama nos mais diferentes estágios da doença. A idade das entrevistadas variou entre menos de 40 e mais de 70. No estudo, ela não fala as suas idades porque “existe uma tendência de achar que uma mulher de 65 anos sofre um menor impacto na feminilidade ao perder uma mama do que uma mulher de 30 anos. Depende da mulher de 60”, opina. Há aquelas que já estão com a vida ganha e começam a namorar e a trabalhar, enquanto as de 30 anos estão tão preocupadas em criar os filhos que a mama não é o maior problema delas.

A pesquisadora, mesmo não tendo focado sua atenção aos aspectos epidemiológicos, notou que as pacientes em geral não procuram os médicos de imediato. É que quando elas se tocam e sentem o caroço (as mulheres evitam o termo “tumor”) vão relacionar a sua história com situações do passado, quando eram moças, quando ficaram menstruadas, quando amamentaram. “Então, não vão dar importância a isso nos primeiros meses, somente depois que o caroço crescer”, recorda. Antes terão contatos com pessoas do seu grupo social para saber o que pensam. Algumas recorrem aos sacerdotes ou às benzedeiras antes do médico. Buscam articulações para garantir consultas e exames.

Maria Inez pretendia fazer avaliação do tempo de atendimento no centro de saúde pegando o prontuário médico, para ver quando foi o primeiro atendimento e quando ocorreram os exames prescritos. Este é um cálculo que precisa ser feito, a seu ver. “Verifiquei que infelizmente muitas delas antes de um ano após o toque não procuram o médico.” Além disso, pagam médico particular para ter uma segunda opinião, mamografias e cintilografias para agilizar o processo pois, até serem atendidas, elas percebem que o caroço já cresceu.

Foi surpresa para a doutoranda a culpa que essas mulheres sentiam por achar que tinham negligenciado a saúde, bem como as estratégias para obter o atendimento. “Elas choravam, mudavam de religião e acabavam formando uma nova rede de amizades para conseguir o que queriam.” Outro ponto ainda acentuado pela socióloga na pesquisa tem a ver com a sala de espera. De acordo com a autora da tese, este é um lugar de apoio, mas igualmente de desestímulo, onde diálogos são travados repletos de sentimentos misturados.

Agora, a confiança que essas mulheres tinham no médico, e não no sistema de saúde, também era uma contradição. No fundo, elas sabiam que teriam um bom atendimento. Por outro lado, conviviam com a dúvida se a rede lhes daria o suporte necessário ao tratamento até o fim. O mais cruel para Maria Inez foi que elas não acreditavam no sistema como um direito e sim como um favor.

Na verdade, no HBDF, além do serviço médico, as pacientes têm acesso a uma equipe multidisciplinar e contam com o apoio de duas instituições sem fins lucrativos, instaladas dentro do hospital, para dar-lhes suporte psicológico e emocional, que são o Movimento de Apoio aos Pacientes com Câncer (MAC), que atende todo tipo de câncer; e a Rede Feminina de Combate ao Câncer, que atua somente com mulheres com câncer de mama.

E elas de fato precisam de muito apoio. O estigma do câncer é muito pesado para as mulheres. As entrevistadas expressaram isso. “Quando perdem os cabelos, elas são evitadas dentro do ônibus. Uma mulher disse-me uma coisa brilhante: ‘elas não têm medo do câncer porque é câncer. Têm medo porque câncer mata. Têm medo de tratar a morte, não a vida’”, contextualiza a socióloga.

O tratamento do câncer, por mais invasivo que seja, tem data de validade. A mulher sabe que vai ficar meses no hospital. Só que a vida delas vai ficar como depois disso? É um problema social e econômico seriíssimo para as classes que não têm dinheiro. Uma mulher que trabalha numa casa de família e que começa a faltar porque está com câncer é demitida. Uma delas até comentou que nunca vai dar moda usar lencinho na cabeça para quem tem câncer: “A gente só usa para proteger a cabeça, porque se tem uma moda horrível é a das mulheres de lenço na cabeça”.

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Publicação
Tese de doutorado: “Mulheres e câncer de mama: experiência e biografia cindidas”
Autora: Maria Inez Montagner
Orientadora: Ana Maria Canesqui
Unidade: Faculdade de Ciências Médicas (FCM)
Financiamento: Capes

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Instituto do Câncer de São Paulo usa nova tecnologia para combater tumores

Apesar de ainda não haver prazo para a chegada do aparelho à rede pública, considero uma boa notícia para os doentes de câncer:

Um novo equipamento começou há um mês a ser usado pelo Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), de forma experimental, para combater miomas (tumores benignos) e metástases ósseas. O Hifu, sigla de high intense focus ultrassound, é um aparelho de ultrassonografia acoplado a um aparelho de ressonância magnética que, depois de mapear o corpo do paciente e localizar o tumor com exatidão, aplica ondas de alta intensidade que atingem só a área lesionada, não provocando danos ao redor. O tratamento dura de três a quatro horas e dispensa anestesia ou incisões.
Por enquanto, apenas pacientes selecionados estão tendo acesso ao tratamento, que deve abrir caminho para a pesquisa na área no País, já que o Icesp é o primeiro hospital público a ter acesso ao equipamento que custa R$ 1,5 milhão. O diretor da Radiologia do Icesp, Marcos Roberto de Menezes, explica que o ultrassom libera uma energia 20 mil vezes mais intensa do que a usada para diagnósticos. “Com isso, tenho a possibilidade de direcionar essa energia a um ponto, apenas guiado pela ressonância. Quando a energia chega ao tecido, ela aquece e eleva a temperatura do tecido até 80 graus centígrados, o que leva à destruição dele”.
Menezes disse que o paciente submetido ao tratamento vai para casa no mesmo dia, com recuperação praticamente instantânea e com possibilidade de retomar as atividades normais.
No caso da metástase óssea, o paciente frequentemente sente dores que afetam a qualidade de vida. “A ideia, nesse caso, é retirar a dor desse paciente. Frequentemente, a dor cessa imediatamente depois do tratamento”. No caso do mioma, o tumor é queimado e eliminado pelo organismo.
A dona de casa Ana Maria Alho Arruda, 52 anos, foi uma das seis mulheres que tiveram o mioma eliminado pelo Hifu. Ela conviveu com o problema durante um ano e meio, sofrendo com dores e hemorragias. “Eu entrei na máquina como se fosse fazer um exame de ressonância. Me deram uma leve sedação, mas fiquei consciente. Senti dores semelhantes a cólicas, mas suportáveis. Depois de três horas, saí normalmente, esperei uma hora e meia para a recuperação e fui para casa andando. Hoje levo uma vida normal, curada do mioma”.
Ainda não há previsão para incorporar de maneira ampla a nova tecnologia ao Sistema Único de Saúde (SUS). “Além de ser uma tecnologia de alto custo, ela é de alta complexidade, exige capacitação de pessoas, treinamento. Isso é só um início de uma tecnologia que promete abrir novas fronteiras de possibilidades terapêuticas”, ressalta o diretor do hospital.

Matéria publicada hoje no site da Agência Brasil (repórter Flávia Albuquerque)

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Miss questiona cultura da beleza após superar câncer

Olá amigos! Li essa notícia hoje pela manhã, e me senti muito identificada com a Eva. Maravilhosa lição de vida, e principalmente de que nossos valores precisam sempre estar acima da pura e simples aparência!

Abraço a todos!


Miss questiona cultura da beleza após superar câncer

María José Benavente

Eva Ekvall foi Miss Venezuela em 2000, mas um câncer mudou sua vida e sua percepção de mundo, e agora ela questiona o uso da medicina como investimento em beleza, e não para prevenir e curar doenças, em um país com tradição nos desfiles de passarelas.

Com o cabelo ainda curto, resultado do câncer de mama que acaba de superar, Eva, hoje com 28 anos e apresentadora de televisão, trava uma cruzada particular para sensibilizar o público sobre um drama que abordou em um livro que compila e-mails e mensagens que publicou durante o tratamento.

"Já sei como é se sentir não tendo um fio de estupidez", publicou Eva no dia 10 de março em sua conta no microblog Twitter, após raspar o cabelo, tal como ela conta em seu livro.

Na Venezuela, "se investe muito dinheiro em beleza, e não em saúde", afirma a modelo, que promove a prevenção em saúde como outra forma "de se cuidar fisicamente", isto é, de investir na beleza. "Se você está doente, não se verá bonita".

Com apenas 27 anos, Eva recebeu a notícia de que tinha câncer de mama e, durante oito meses, enfrentou o penoso tratamento da doença acompanhada de familiares e amigos, e sem deixar o trabalho de apresentadora de uma das principais emissoras de televisão do país.

A ex-miss lembra que, quando soube que tinha câncer, se incomodou com si própria por não ter ido antes a um médico, sabendo que sua avó havia morrido da mesma doença e que sua tia também tinha sofrido o tumor em outras duas ocasiões.

"Quando soube que estava doente, deixei de gostar de meus seios, pois eles tinham esta doença", ressaltou Eva, que até então achava os seios uma das partes mais agradáveis de seu corpo.

Eva, uma ex-miss pouco tradicional, viu sua vida mudar desde a época em que foi declarada mulher mais bela da Venezuela e uma das mais belas do Universo. E, desde o começo da carreira, demonstrou interesse em se dedicar ao jornalismo.

"Eu fui miss há 11 anos, portanto nem sequer se pode dizer que sou uma miss, tinha 17 anos. Agora tenho 28 e não tenho nada a ver com essa menina que fui", assinala.

Sem deixar de reconhecer a importância do cuidado com a aparência, a ex-miss passou a se dedicar à tarefa de divulgar as precauções que é preciso ter com doenças como o câncer de mama e a importância de diagnosticá-las a tempo.

"Todas as mulheres, de certo modo, damos importância ao físico, mas para mim era uma questão de sobreviver, e isso já não era mais importante", diz Eva.

A antiga protagonista das passarelas hoje colabora como porta-voz da ONG Seios Ajuda, uma entidade venezuelana destinada a prestar apoio a vítimas do câncer de mama e informações para preveni-lo nas mulheres venezuelanas.

Foi justamente a organização que propôs a Eva publicar em livro como foram as etapas do processo que teve de enfrentar, com fotos do conhecido fotógrafo venezuelano Roberto Mata, imagens essas que depois se transformariam, junto aos e-mails que a modelo trocou com a família, no livro "Fuera de Foco" ("Fora de Foco", em tradução livre).

Na maioria dos textos que aparecem no livro, Eva demonstra a força que teve ao enfrentar a doença, porque não quis "dramas de nenhum tipo", e considerou que os que mais sofrem nesses casos são os familiares.

No entanto, a modelo afirma que também houve momentos em que ela teve recaídas, porque, ao contrário do que se vê, as misses também choram. Ela indica que "o pior" da experiência foi não poder abraçar sua filha no primeiro aniversário dela, pouco tempo depois de se submeter à mastectomia.

Eva também aproveita para agradecer os gestos de carinho de anônimos que chegaram a cortar o cabelo para doá-lo, em solidariedade a Eva e a todas as vítimas do câncer de mama.

Ela espera que seu livro ajude a sensibilizar mulheres que pensam em fazer implante de silicone na Venezuela, um país onde este tipo de cirurgia é corrente. "O bom é que o médico, se for profissional, terá antes de fazer uma mamografia", comenta Eva.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Isenção do ICMS nos medicamentos contra o câncer

Pessoal, achei ótimo esse artigo. Santa Catarina está dando um ótimo exemplo para ajudar os pacientes de câncer. Resta agora os outros Estados seguirem essa atitude consciente e benéfica, que pode ajudar a salvar muitas vidas.

Isenção do ICMS nos medicamentos contra o câncer

O governador do Estado de Santa Catarina - Raimundo Colombo, assinou um decreto que isentam de ICMS (dentro do estado), os remédios usados no tratamento quimioterápico de câncer.
O Estado abriu mão da arrecadação de R$ 10 milhões por ano, no entanto, barateou em 17% o valor dos medicamentos e essa redução terá forte impacto no bolso das famílias que têm pacientes em tratamento. Na tributação de medicamentos, o ICMS é o imposto que mais pesa, com alíquota média de 17,5%. Para se ter noção, os medicamentos veterinários no Brasil possuem uma carga tributária total de 14,3%, contra 33,9% dos medicamentos vendidos em farmácias, e a média mundial é de apenas 6,1%.
Em países vizinhos (Argentina e Colômbia), não há imposição tributária sob medicamentos. Já no Brasil, três são os principais tributos cobrados dos medicamentos - ICMS, Cofins e Contribuição Previdenciária (INSS). Além desses, são cobrados tributos sobre as vendas (PIS, IPI e ISS), imposto sobre a renda, imposto sobre o patrimônio (como IPTU e IPVA), taxas federais, estaduais e municipais, tributos financeiros (CPMF e IOF), tarifas de importação, etc.
Se considerarmos apenas o peso dos tributos sobre o valor agregado (PIS, Cofins e ICMS), verifica-se que no nosso país a incoerência tributária é absurda, pois, indústria farmacêutica no Brasil apesar de fabricar produtos de essencialidade indiscutível é a segunda mais taxada do país - 57,31%, em total dissonância com os demais setores, como o agropecuário - 9,94% ou o financeiro - 28,04% (PIS, Cofins e ICMS).
Apesar da constitucionalidade dos tributos, a carta magna proclama o direito à vida, cabendo ao Estado assegurá-lo em sua dupla acepção, sendo a primeira relacionada ao direito de continuar vivo e a segunda de se ter vida digna quanto á subsistência.
E a tributação exacerbada de produtos essenciais a manutenção da vida violam frontalmente o bem jurídico maior (vida), por cuja integridade deve se velar, de maneira responsável, não se cogitando a hipótese de converter-se em promessa constitucional inconsequente, sob pena de o Poder Público, fraudando justas expectativas nele depositadas pela coletividade, substituir, de maneira ilegítima, o cumprimento de seu impostergável dever, por um gesto irresponsável de infidelidade governamental ao que determina a própria Lei Fundamental do Estado.
Finalmente, a essencialidade do direito à saúde fez com que o legislador catarinense qualificasse como cotas de relevância pública, as ações e serviços à saúde, em ordem a legitimar a desoneração do ICMS sobre medicamentos contra o mal do câncer.
Decisão louvável, afinal, o direito à saúde além de qualificar-se como direito fundamental que assiste a todas as pessoas - representa consequência constitucional indissociável do direito à vida, e o Poder Público, qualquer que seja a esfera institucional de sua atuação no plano da organização federativa, não pode se mostrar indiferente ao problema da população, sob pena de incidir em omissão e grave comportamento inconstitucional.

*** Artigo escrito pelo advogado do escritório Fernando Quércia Advogados Associados, Bruno de Almeida Rocha.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Sem heroísmo, com garra

Amanhã é comemorado o Dia Mundial de Combate ao Câncer. Pode parecer que não, mas há muitos motivos a se comemorar nesse dia. As chances de cura, principalmente nos casos em que a descoberta da doença ocorre no início, têm aumentado consideravelmente nos últimos anos. A sobrevida também é maior, novos medicamentos têm sido desenvolvidos e muitas pesquisas são realizadas para que os efeitos da quimioterapia sejam minimizados e os doentes possam passar pelo tratamento sem tantos efeitos colaterais.
Quando tive câncer a primeira vez, em 2003, minhas chances eram de 90% de cura. Em 2008, na segunda, elas haviam caído para 50%. Ainda assim, consegui ficar curada de novo seis meses, contrariando prognósticos que me colocavam na cama por pelo menos um ano e meio. Fiquei durante mais nove meses fazendo cirurgias plásticas, mas da doença eu estava livre.
Acho engraçado que se criou uma imagem hoje de que o doente de câncer é um herói e enfrenta tudo com uma coragem fora do comum. Não acho que o doente de câncer seja um herói, e falo isso por mim. Lutei com muita garra para ficar curada, procurava sempre ter fé e acreditar que tudo ia acabar bem. Tentei mostrar sempre uma imagem de positivismo, até porque reclamar e me lamentar não iria resolver absolutamente, e agir assim não é do meu perfil. Teria sido muito mais fácil adotar o papel de “coitadinha” que está doente pela segunda vez, e ninguém iria me recriminar. Mas acredito que o bom humor e o alto astral ajudam a cura – claro, são coadjuvantes do tratamento, que é o mais importante de tudo. Não me vejo como heroína – até porque acho isso injusto com quem não conseguiu vencer a doença. Quer dizer que essa pessoa não batalhou como eu? Claro que não. Infelizmente, há casos sem cura, independente do quanto a pessoa lute por ela.
Também existe uma corrente que credita todo e qualquer tipo de tumor a problemas psicossomáticos, principalmente a mágoas guardadas. Ou seja, além de estar doente, a culpa é da própria pessoa, que foi incapaz de perdoar alguém. Como se ela estivesse sendo castigada, a doença vem para mostrar que é preciso mudar, ter o coração mais leve e, principalmente, saber perdoar a todos. Se isso fosse realmente verdade, como existem casos até de bebês que têm câncer? Será que uma criança de poucos meses já tem ressentimento suficiente para desenvolver essa doença terrível?
O paciente de câncer não vira santo porque teve a doença. Não passei a acordar todos os dias e achar o mundo maravilhoso e perfeito porque sobrevivi. Mudei muitos conceitos, e acredito ser uma pessoa melhor. Mas não mudei minha essência nem meus valores, e em algumas situações me tornei até uma pessoa mais intolerante. Isso não significa que não tenha aprendido nenhuma lição. A mais importante é que procuro viver todos os dias da melhor maneira possível. Posso errar, mas procuro acertar. Não virei santa nem heroína. Sou apenas alguém que sobreviveu.