Não gosto muito de ir ao Centro do Câncer, como tenho de ir hoje, mas faz parte do meu acompanhamento médico. O lado bom é rever as pessoas queridas que me acompanharam no tratamento e poder dar um oizinho na sala da quimioterapia. Faço questão de entrar em uma sala que muitos evitam após ter alta. Há seis anos eu entrava para receber a medicação, hoje entro para dar um beijo nas meninas que ainda estão ali, enquanto algumas estão em outros setores. Mesmo sem falar diretamente com os pacientes, tenho certeza de que a presença de uma pessoa curada ali lhes dá esperança. Essa foto foi tirada na minha última sessão de quimioterapia. Apesar de abatida, estava muito feliz. Então, presto aqui uma pequena homenagem a essas pessoas que sabem como cuidar de uma paciente com amor, paciência, carinho e respeito, fazendo com que cada um se sinta especial, e com mais vontade ainda de vencer essa doença tão triste.
quinta-feira, 11 de setembro de 2014
Dia de Consulta
Não gosto muito de ir ao Centro do Câncer, como tenho de ir hoje, mas faz parte do meu acompanhamento médico. O lado bom é rever as pessoas queridas que me acompanharam no tratamento e poder dar um oizinho na sala da quimioterapia. Faço questão de entrar em uma sala que muitos evitam após ter alta. Há seis anos eu entrava para receber a medicação, hoje entro para dar um beijo nas meninas que ainda estão ali, enquanto algumas estão em outros setores. Mesmo sem falar diretamente com os pacientes, tenho certeza de que a presença de uma pessoa curada ali lhes dá esperança. Essa foto foi tirada na minha última sessão de quimioterapia. Apesar de abatida, estava muito feliz. Então, presto aqui uma pequena homenagem a essas pessoas que sabem como cuidar de uma paciente com amor, paciência, carinho e respeito, fazendo com que cada um se sinta especial, e com mais vontade ainda de vencer essa doença tão triste.
domingo, 16 de março de 2014
A beleza de doar felicidade
Cabelo. Parece uma palavra pequena e insignificante, mas para muitas
mulheres é o ponto principal de toda sua beleza. Se não estiver de acordo com o
que ela quer, pode arruinar seu dia. Se atender suas expectativas, pode
garantir um sorriso durante 24 horas. Por tudo isso, a perda dos cabelos entre
os pacientes de quimioterapia, quando acontece, na maioria das vezes causa um
choque muito grande, que deprime e até mesmo pode atrapalhar o bom andamento do
tratamento. Afinal, como se manter com otimismo, quando estamos nos sentindo
horríveis?
Falo isso por experiência. Quando tive câncer há seis anos, de tudo que
passei o que mais me derrubou foi a perda dos cabelos. Durante três meses
chorei muito sofrendo antecipadamente pelo momento em que, quer eu quisesse ou
não, os fios iriam começar a cair. Para minimizar o sofrimento, raspei a
cabeça. No mesmo minuto em que fiquei careca, toda a angústia se foi. Perto de tudo
que estava passando, perder os cabelos era “o de menos”. Mas não parecia assim.
Escrevo sobre isso porque, através de uma amiga que está com uma
adolescente de apenas 15 anos doente na família, conheci um grupo de
voluntários chamado Cabelegria, que doa perucas a quem não tem condições de
comprar uma para usar durante o tratamento. Há cerca de 15 dias comecei a notar
várias postagens em redes sociais do grupo, como fotos de pessoas – mulheres,
em sua maioria – de todas as idades, raças, classes sociais e lugares do Brasil
segurando um rabo de cavalo cortado e sorrindo. Foi então que descobri que o
Cabelegria, para fazer seu belo trabalho, recebe doações de cabelo de qualquer
tipo, mesmo que esteja com química. A única exigência é que os fios tenham pelo
menos dez centímetros de comprimento.
Ver as fotos dessas pessoas sorrindo abertamente, felizes com suas
doações, me deixou emocionada. Estamos tão acostumados a ler notícias sobre
crimes hediondos, corrupção, escândalos, brigas entre torcidas, enfim, tanta
coisa ruim, que quando nos deparamos com uma coisa tão bonita, muitas vezes,
sequer prestamos atenção a sua real importância.
Atitudes assim, em meio a tantas crueldades que hoje parecem ser
“normais” em nossa sociedade, me fazem ainda ter fé na humanidade. Os
voluntários do Cabelegria merecem todo nosso respeito. Somente quem já ficou ou
teve uma pessoa querida doente sabe o quanto a perda de cabelo é significativa.
Não é “o de menos”, nem “o principal”. Mas é parte do processo que muitos
precisam passar para ficarem curados. Quem tiver interesse em ajudar, seja com
cabelos ou outro tipo de doação, pode acessar https://www.facebook.com/cabelegria.
Os “carequinhas” de todo Brasil, com certeza, agradecem essa ação.
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