domingo, 14 de outubro de 2012

O rosa que chama a atenção



Chegamos a outubro e em vários pontos do país vemos monumentos, prédios públicos e históricos se iluminarem de rosa para chamar a atenção para o segundo tipo de tumor que mais mata no Brasil: o câncer de mama. Este ano, segundo dados do Inca (Instituto Nacional do Câncer), teremos 52.680 casos novos da doença, com um risco estimado de 52 casos a cada 100 mil mulheres. Apesar de ser considerado um câncer de relativamente bom prognóstico se diagnosticado e tratado oportunamente, as taxas de mortalidade por câncer da mama continuam elevadas no Brasil, muito provavelmente porque a doença ainda é diagnosticada em estádios avançados. A sobrevida média após cinco anos na população de países desenvolvidos tem apresentado um discreto aumento, cerca de 85%. Entretanto, nos países em desenvolvimento, a sobrevida fica em torno de 60%.

Uma coisa que aprendi quando tive câncer foi que essa é uma doença democrática, porque não escolhe cor, classe social ou religião. Acomete tanto mulheres que se encontram em suas faixas de risco, quanto aquelas que não se encaixam em nenhum dos requisitos para que a neoplasia se instale. O mais assustador nos dados acima é que a maioria dos casos poderia ser tratada logo no início, mas é descoberta muito tarde.

Tenho amigas da minha faixa etária e até mais velhas do que eu que “esquecem” de ir ao ginecologista durante o ano. Outro dia conversei com uma colega que me confessou estar há três anos sem fazer nenhum exame preventivo. Com pouco mais de 40 anos, essa amiga disse que acaba sempre deixando os exames para depois, e acaba se esquecendo de marcar o médico.

A rotina do autoexame e a mamografia ainda são as maneiras mais eficazes de se detectar o problema logo no começo, quando o tratamento é menos invasivo e as sequelas das cirurgias e tratamento são menos devastadoras. Mas parece que as mulheres ainda não entenderam que “perder” 10 a 20 minutos uma vez por mês para fazer o autoexame é na verdade ganhar a segurança de que está tudo bem e, se não estiver, vencer a doença ainda em seu início. Ainda me impressiono em ver que perdemos duas horas no cabeleireiro, que ficamos uma hora e meia sentadas fazendo a unha, mas que não nos preocupamos em arrumar duas horas para um exame tão importante como a mamografia. Não nos importamos em gastar com cabelo, unha e maquiagem, mas sempre achamos caro quando se trata de pagar um exame para nosso bem estar. Exame esse que pode ser feito pela rede pública de saúde.

Muita gente acha que vestir o rosa não vai mudar nada. Mas eu sei que, em outubro, quando olhamos aquele rosa estampado em vários lugares, nos lembramos desses exames tão importantes. Se esse movimento conseguir com pelo menos uma mulher faça o autoexame, ele já terá valido a pena.

Um comentário:

Inaie disse...

menina, cade você? Por favor nos mande noticias...