segunda-feira, 30 de junho de 2008

Efeitos colaterais

Fiz minha primeira sessão de quimio terça passada. Por mais que as pessoas que já passaram pelo problema tivessem me avisado, não imaginei que seria tão ruim. Melhor dizendo: ruim é a sensação de impotência que fiquei durante quatro dias, quando não conseguia levantar da cama e nem comer direito, além de chorar o tempo todo por causa da dor no corpo e da náusea incessante.
VOCÊ QUER LEVANTAR DA CAMA, QUER COMER, QUER SE SENTIR MELHOR. Mas, simplesmente, seu corpo não obedece. Ele permanece deitado e até mesmo o simples cheiro da comida é suficiente para que você tenha vontade de vomitar. O pior é ficar com essa vontade ininterrupta durante três dias, como aconteceu comigo. A hora em que consegui vomitar, mesmo sabendo que o correto era manter a comida no estômago, fez com que eu me sentisse totalmente aliviada. Nunca pensei que um dia ia ouvir meus pais me pedindo para comer. Afinal, como uma boa gordinha, sou chegada em um prato gostoso, bem temperado, e de preferência bem calórico. Mas nada do que minha mãe fez ou meu pai trouxe me fizeram ter vontade de comer. Olhar a comida me deixava mal. Colocar um bocadinho na boca era um sacrifício. Mas eu tentava, porque sabia que era para meu próprio bem.
E depois de um sorinho básico na veia e mais medicação para agüentar meu estômago revoltado, tudo passou. Estou agora na fase de recolhimento, ou seja, nada de se expor muito, porque estou com queda de imunidade. Mais três dias assim e tudo volta ao normal. Quer dizer, relativamente normal. Na outra semana tenho de estar ótima e, após 21 dias da primeira sessão, retomo o tratamento.
Serão mais três quimios combinadas, a vermelha e a branca. Para quem não entende, a vermelha é ferrada, daquelas que deixam a gente mal, mas que combatem mais eficazmente o meu tipo de problema. A cada 21 dias, uma sessão e, em setembro, essa parte terminou. Considerando todo o mal estar relatado acima, devo pensar que já conclui 25% desta fase do tratamento.
Para quem sempre se orgulhou de ter “estômago de avestruz” e “fígado total flex”, a sessão de quimio foi uma lição e tanto. Ainda assim, por mais duro que seja, faz parte da terapia e, como tal, será feita com a assiduidade exigida. Se vou passar mal na outra? Não sei. Apenas sei que, psicologicamente falando, estarei preparada para isso. Porque, apesar do mal estar, náusea, corpo dolorido e perda do cabelo, tem algo mais importante com que tenho de me preocupar agora: MINHA VIDA! E não vai ser uma quimioterapia que vai conseguir me fazer desistir dela, disso podem ter certeza!!!!!

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito ruim fazer a quimioterapia, tem uma banda que conta como e fazer, se chama OS AGULHAS.