domingo, 8 de abril de 2012

A luta deve ser diária


Hoje é o Dia Mundial de Combate ao Câncer. Queria aproveitar a data para lembrar que a luta contra essa doença não deve ser feita apenas quando somos vítimas dela, mas sempre. A prevenção continua sendo a maior arma e devemos fazer dela nossa aliada. Nossa luta é cotidiana: contra médicos que, a despeito dos sintomas, nos mandam para casa dizendo que não temos nada; contra muitos convênios que, no momento mais difícil de nossas vidas, tentam a todo custo vetar exames e tratamentos, por causa do alto valor, muitas vezes nos obrigando a buscar a Justiça para fazermos valer nossos direitos; contra o Sistema Único de Saúde que, apesar de bancar todo o tratamento, peca ao demorar no agendamento de exames que podem detectar a doença em seu início, e com mais chances de cura.
Segundo o Inca (Instituto Nacional do Câncer), mesmo com todo o avanço da medicina, os índices de mortalidade no Brasil continuam elevados, justamente pelo descobrimento tardio. O dado positivo é que o diagnóstico e tratamento dos diferentes tipos de câncer, em todas as idades, sofreram expressivos avanços nos últimos 20 anos. No Brasil, teremos este ano 500 mil novos casos da doença, e o câncer representa a segunda causa de óbito na população adulta. Casos como o câncer de pulmão – o mais comum detectado no país e também no mundo – poderiam ser evitados, já que 90% dos diagnósticos estão relacionados ao hábito de fumar. Assim como o segundo mais comum, o câncer de mama, se detectado precocemente, a taxa de cura chega a 90%.
Por isso, reforço que a prevenção é a melhor arma, e que devemos sempre estar atentos aos sinais que nosso corpo possa estar enviando sobre a doença.
Apesar dos dados acima, aproveito a data para comemorar o fato de ter sido curada duas vezes. Agradeço aos meus médicos, Leonardo Cunha, João Valcir Pratti e Ana Lúcia Leisner, exemplos de profissionais que olham seus pacientes não apenas como mais um número nas estatísticas, mas sim como seres humanos em sua batalha mais difícil. E peço um minuto de silêncio por aqueles que, a despeito de terem lutado muito, não estão mais entre nós. Em especial, dedico este dia a minha amiga Aline, que partiu muito cedo, mas deixou em mim uma lição de vida, força, coragem e fé que jamais esquecerei.