domingo, 6 de outubro de 2013

Tempo para cuidar de si


Outubro chegou e mais uma vez vemos monumentos em todo mundo se “vestindo” de rosa para lembrar a importância da prevenção ao câncer de mama. Segundo tipo mais frequente no mundo, a doença é a mais comum entre as mulheres, respondendo por 22% dos casos novos a cada ano. Se diagnosticado e tratado oportunamente, o prognóstico é relativamente bom.
Porém, no Brasil, as taxas de mortalidade por câncer de mama continuam elevadas, muito provavelmente porque a doença ainda é diagnosticada em estádios avançados. Na população mundial, a sobrevida média após cinco anos é de 61%.
Apesar de todas as informações hoje disponíveis sobre o assunto, alguns mitos ainda persistem, como a ideia de que a doença só atinge mulheres acima dos 40 anos. Faço parte de alguns grupos de mulheres que tiveram câncer de mama e já conheci algumas que foram atingidas pelo problema com menos de 25 anos. Apesar de ainda ser relativamente raro antes dos 35 anos, acima desta faixa etária sua incidência cresce rápida e progressivamente.
O câncer – de qualquer tipo – é a doença mais democrática que conheço. Ele atinge ricos, pobres, homens, mulheres, crianças, jovens, adultos e idosos, brancos, negros, amarelos. Não faz distinção de raça, idade, condição social ou gênero. Todos estamos sujeitos a ter essa doença.
Claro que existe a prevenção. Hábitos saudáveis com certeza diminuem o risco de um câncer aparecer. Uma boa alimentação, exercícios físicos, não fumar e não ingerir bebidas alcoólicas contribuem para se tentar evitar a doença. Porém, não existe uma garantia 100% segura. Ninguém pode afirmar com absoluta certeza que não vai ter a doença, mas podemos fazer nossa parte para evitá-la.
Falo isso porque ainda vejo muitas mulheres que não se preocupam com o assunto, deixando de fazer exames periódicos, mesmo já tendo passado da faixa etária dos 35 anos, ou até mesmo aquelas que tiveram casos de câncer de mama na família. O interessante é que, quando converso com elas, a desculpa invariavelmente é a mesma: falta de tempo e esquecimento.

Não concordo com essa justificativa. Arrumamos tempo para tingir nosso cabelo quando os primeiros fios brancos aparecem, se for preciso fazemos o cabeleireiro nos atender fora de seu horário para isso. Arrumamos tempo para fazer as unhas, para a depilação, para as massagens estéticas, para a ginástica. E como não arrumamos tempo para uma consulta anual ao ginecologista? Se conseguimos tempo em nossa agenda semanalmente ou mensalmente para cuidarmos de nossa aparência física, por que é tão difícil conseguir um horário no ano para cuidarmos de nossos seios? Depois que o problema surge, infelizmente temos bastante tempo – em tratamento – para pensar sobre o assunto. 

Nenhum comentário: