domingo, 27 de novembro de 2011

Dia Mundial de Combate ao Câncer

Com avanços na medicina, hoje é possível tratar e prevenir a doença que mata mais que a aids, a malária e a tuberculose juntas

Mais de 12 milhões de pessoas são diagnosticadas com câncer todos os anos. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), a doença mata mais do que a aids, a malária e a tuberculose juntas. No Brasil, o câncer representa a segunda causa de óbito na população adulta. Casos como o câncer de pulmão – o primeiro em mortalidade no Brasil e também no mundo – poderiam ser evitados já que 90% dos diagnósticos estão relacionados ao hábito de fumar. Assim como o segundo mais comum, o câncer de mama, se detectado precocemente, a taxa de cura chega a 90%. Outro câncer muito comum entre as mulheres é o de colo do útero, com aproximadamente 500 mil casos novos por ano no mundo. Segundo o Inca (Instituto Nacional do Câncer), 80% de sua mortalidade poderia ser evitada com a realização de exames simples como o papanicolaou e com a aplicação preventiva da vacina contra HPV.
Mesmo com todo o avanço da medicina, os índices de mortalidade no Brasil continuam elevados, justamente, pelo descobrimento tardio. O diagnóstico e tratamento dos diferentes tipos de câncer, em todas as idades, sofreram expressivos avanços nos últimos 20 anos. Prevenção ainda é o melhor método para o combate às doenças. De acordo com Paulo Pizão, médico oncologista da Cenni (clínica especializada em tratamento contra o câncer na cidade de Campinas), é preciso criar a cultura de um check-up oncológico completo como se faz com outras especialidades da medicina. “No geral, as pessoas têm mais informações e acabam se preocupando com os exames relacionados à hipertensão, por exemplo. Mas, por que não o câncer? Baseado no histórico clínico, hábitos de vida e histórico familiar do paciente é possível indicar uma série de exames e recomendações que podem prevenir ou diagnosticar precocemente os diferentes tipos de câncer”.
O diagnóstico precoce, aliado aos atuais métodos terapêuticos mais comuns –
como a radioterapia, quimioterapia, cirurgia e transplante de medula óssea –, pode diminuir radicalmente as taxas de mortalidade registradas no país. Para Paulo Pizão, é preciso aproveitar datas como o “27 de novembro” para conscientizar a população. “O que pretendemos com esta ênfase na prevenção é evitar que as pessoas passem pelo desgaste de um tratamento oncológico longo que, dependendo do estágio da doença, pode ser somente paliativo ou até ineficaz.”

Fonte: Komunica Assessoria de Imprensa

Saúde a todos!

Hoje, Dia Mundial de Combate ao Câncer, eu peço a Deus que dê muita saúde a todos os meus amigos e familiares, para que nunca tenham de passar por essa doença. Àqueles que estão enfrentando esse problema, eu peço a Deus e São Pelegrino que os curem, para que eles possam continuar suas vidas como haviam planejado. E àqueles que se foram por causa dessa doença, eu sei que, mesmo tendo partido, foram vencedores, porque jamais perderam a esperança de cura. E também oro por eles, porque apenas seus corpos se foram, mas seus espíritos estão vivos em todos aqueles que os amavam. Amém!

Saúde lança perfil do câncer para 2012

O Ministério fechará 2011 com investimento de R$ 2,2 bilhões para a área de atenção oncológica e um aumento de 41% no número de procedimentos em relação a 2003

O Inca (Instituto Nacional de Câncer) José Alencar Gomes da Silva, do Ministério da Saúde, divulgou na última quinta-feira a publicação “Estimativa 2012 – Incidência de Câncer no Brasil”. O estudo, que serve para orientar as políticas públicas para o setor, aponta uma estimativa de 520 mil casos novos da doença para o próximo ano. Sete novas localizações de câncer entraram no ranking dos tumores mais frequentes do país.
As estimativas destacam os tipos mais incidentes nas regiões brasileiras, caso do câncer de pele não melanoma, próstata, mama e pulmão.
“A divulgação das estimativas disponibiliza aos gestores de saúde e, especificamente, aos da atenção oncológica, informações fundamentais para o planejamento das políticas públicas de forma regionalizada”, diz o diretor-geral do Inca, Luiz Antonio Santini.
Desconsiderando o câncer de pele não melanoma – tumor com baixa letalidade –; entre o sexo masculino o câncer de próstata permanecerá como o mais comum, seguido pelo de pulmão, cólon e reto, estômago, cavidade oral, laringe e bexiga. Já nas mulheres, a glândula tireoide, de modo inédito, aparece no quinto lugar geral, atrás do câncer de pele não melanoma, mama, colo do útero, cólon e reto. Na sequência, vêm os tumores de pulmão, estômago e ovário.
“A melhoria na qualidade dos exames de investigação em casos suspeitos, contribui para a exatidão do diagnóstico do câncer da tireoide. Isso se reflete no aumento do número de casos desse tipo de tumor.”, diz a responsável pelo serviço de endocrinologia do Inca, Rossana Corbo.
A novidade dessa edição é que foram incluídas sete novas localizações de tumores no estudo: bexiga, ovário, tireoide (nas mulheres), Sistema Nervoso Central, corpo do útero, laringe (nos homens) e linfoma não Hodgkin – os dois últimos muito noticiados recentemente por terem acometido, respectivamente, o ex-presidente Lula, o ator Reynaldo Gianecchini e a presidente Dilma Rousseff.
Os especialistas consideram as estimativas a principal ferramenta de planejamento e gestão da saúde pública na área oncológica no Brasil. Isso porque fornecem as informações necessárias para a elaboração das políticas públicas de saúde voltadas para o atendimento da população.

INVESTIMENTO
O Ministério da Saúde vai fechar o ano de 2011 com investimento de R$ 2,2 bilhões para a área de atenção oncológica. Este aumento de recursos serviu para ampliar e melhorar a assistência aos pacientes atendidos nos hospitais públicos e privados que compõem o SUS (Sistema Único de Saúde), sobretudo para os tipos de câncer como fígado, mama, linfoma e leucemia aguda. Vale destacar que só para esse ano o orçamento do Ministério destinou cerca de R$ 261 milhões a ações de prevenção ao câncer de mama (R$ 176 milhões) e de colo de útero (R$ 85 milhões). Dos últimos 12 anos pra cá, os gastos federais com a assistência oncológica no país quadruplicou, passando de R$ 470, 5 milhões (em 1999) para R$2,2 bilhão.
A quantidade de procedimentos oncológicos oferecidos aos pacientes do SUS aumentou em 41%; foram 19,7 milhões, no ano de 2003 e a projeção para até o fim do ano é de 27,8 milhões de procedimentos.
Na área da pesquisa, o ano passado foi marcado pelo lançamento da RNPCC (Rede Nacional de Pesquisa Clínica em Câncer), que visa conduzir estudos nacionais em oncologia. Além disso, esse ano, o país contou com o lançamento dos projetos da Unidade de Estudos de Fase I, do Inca e da Redefac (Rede Nacional de Desenvolvimento de Fármacos Anticâncer).

Fonte: www.saude.gov.br

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Hoje é Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantil

Diagnóstico precoce do câncer infantil e atendimento em centros especializados são primordiais para o sucesso do tratamento

Talita Lueno Tavares, de 13 anos, e Drielly Evelyn Silva, de 10 anos, têm coisas importantes em comum: há dois anos foram acometidas pelo câncer, mas combateram a doença sobretudo porque foram diagnosticadas precocemente com tempo suficiente de receber todo o tratamento necessário. As pacientes são do Hospital do Graacc (Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer), organização reconhecida pelos expressivos resultados obtidos dentro dos mais avançados padrões científicos, alcançando índices de cura de cerca de 70%, semelhantes aos de instituições europeias e norte-americanas.
“Nós nos preocupamos não só em curar o câncer, mas oferecer todas as condições necessárias para que a criança mantenha qualidade de vida ao longo de todo o tratamento. E para que tudo saia bem, é fundamental o diagnóstico precoce da doença. A partir dele, nosso trabalho é imediato”, afirma o doutor Sérgio Petrilli, superintendente médico do Graacc e um de seus fundadores.
Em 2009, quando Talita tinha 11 anos, foi diagnosticada com Tumor de Ewing, câncer nos ossos, relativamente raro – cerca de 6% do total dos tumores ósseos malignos. Conforme conta sua mãe, Meire Tavares, tudo começou quando Talita ficou por dias sentindo uma forte dor na coluna que se refletia na perna direita. “Na primeira consulta, o médico do pronto-socorro achou que fosse o peso da mochila que ela carregava da escola e prescreveu um anti-inflamatório”.
Após uma semana as dores persistiram e ao voltar ao médico Meire insistiu para que fossem feitos exames mais apurados em sua filha, foi quando Talita passou por uma ressonância e, em seguida, biópsia, e os médicos diagnosticaram o tumor na primeira vértebra sacral (osso grande e triangular, localizado na base da coluna vertebral). Encaminhada ao Hospital do Graacc, Talita começou a receber quimioterapia imediatamente e paralelamente vieram as sessões de radioterapia.
“Fazer os dois tratamentos juntos – quimio e radio – foi o ideal, porém ficamos atentos às reações do organismo de Talita, pois sua imunidade poderia cair muito. Mas, felizmente, ela reagiu muito bem ao tratamento e, ao final de dez meses, já tínhamos uma primeira vitória”, conta a doutora Carla Macedo, oncologista pediátrica do Graacc. “Para nós foi uma grande alegria tudo ter dado certo: a minha pequena nem precisou ser internada, não perdeu ano de escola porque o Graacc tem um projeto de estudo no hospital e tivemos acompanhamento com psicóloga, o que nos confortou muito”, diz a mãe.
O Tumor de Ewing traz um risco grande de metástase, ao momento do diagnóstico, em média 25% dos pacientes já têm uma disseminação metastática – 40% nos pulmões, 30% nos ossos e 10% na medula óssea. “No caso de Talita ainda bem que isso não aconteceu. Hoje a paciente tem acompanhamento médico e faz exames a cada três meses”, diz doutora Carla.
Outra caso de tratamento bem sucedido é o de Drielly, que há dois anos, então com 8 anos de idade, começou a sentir febre alta e dores nas pernas, sem que os médicos conseguissem descobrir a causa. Mas quando manchas vermelhas começaram a aparecer pelo seu corpo (chamadas de petéquias ou sangramentos prolongados resultantes de pequenos ferimentos), os pais não perderam tempo e correram novamente para o médico para solicitar novos exames, inclusive de sangue. Com isso veio o resultado: leucemia. A paciente foi encaminhada ao Graacc, onde foi internada por uma semana.
“Ao receber a notícia ficamos muito preocupados, mas a médica nos disse que a doença foi diagnosticada a tempo com boas chances de cura”, conta o pai de Drielly, Carlos Alberto da Silva, que trabalha em casa e teve disponibilidade acompanhar todo o tratamento da filha no hospital. “É difícil diagnosticar a leucemia na sua primeira fase, pois seus sintomas – fadiga, falta de apetite e febre intermitente – são semelhantes aos de outras doenças típicas da infância. No caso de Drielly ainda bem que seus pais ficaram bem atentos”, explica a doutora Maria Lucia Lee, hematologista do Graacc.
Drielly recebeu quimioterapia durante seis meses em dias alternados. Depois continuou tomando remédios orais durante um ano. Faz seis meses que ela está livre do tratamento. A princípio, a cura da leucemia requer a erradicação completa das células leucêmicas, o mais precocemente possível. “Na prática, procura-se reduzir o número das células leucêmicas até o ponto em que não mais ocorra a manifestação clínica e laboratorial da doença, tecnicamente definido como estágio de RCC (Remissão Clínica Completa)”, afirma doutora Maria Lucia. “O organismo de Drielly reagiu bem aos medicamentos e ela, agora, só precisa vir ao Graacc para fazer exames de rotina”.

Fonte: Lide Soluções Integradas em Comunicação

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Câncer e alimentação

Brasileiros estão ingerindo menos de um terço dos alimentos recomendados na prevenção do câncer

Área de Nutrição e Alimentação do Inca (Instituto Nacional de Câncer) José Alencar Gomes da Silva alerta que 19% dos casos de câncer podem ser evitados por meio de hábitos alimentares saudáveis

O módulo “Consumo Alimentar Individual” da POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatítica), divulgada em julho desse ano, indicou que os brasileiros estão ingerindo menos de um terço dos alimentos recomendados para a prevenção do câncer. Conforme os dados da POF, o consumo de frutas, legumes e verduras diário é de apenas 126,4 gramas, menos de um terço dos 400 gramas mínimos recomendados para prevenir o câncer.
O Fundo Mundial para Pesquisa contra o Câncer (WCRF, na sigla em inglês) e o Inca estimam que se a população brasileira passasse a consumir diariamente, no mínimo, 400 gramas desses alimentos, um de cada três casos de câncer de cavidade oral (boca, faringe e laringe), um em cada três casos de câncer de pulmão, um de cada quatro casos de câncer de estômago deixariam de ocorrer.
De acordo com o relatório Políticas e Ações para a Prevenção do Câncer no Brasil, a combinação de alimentação saudável e atividade física é capaz de prevenir 63% dos casos de câncer de boca, faringe e laringe; 60% dos tumores de esôfago e 52% dos casos em que a doença atinge o endométrio. O nutricionista da área de Alimentação, Nutrição e Câncer do Inca, Fábio Gomes, aponta outro dado preocupante do estudo do IBGE: a presença de 523 gramas de carne vermelha na mesa dos brasileiros toda semana. “De acordo com as informações de consumo alimentar individual, 7% dos casos de câncer de cólon e reto (intestino grosso) poderiam ser evitados se a média de consumo semanal de carne vermelha fosse inferior a 500 gramas”, afirma Fábio.
Conforme os estudos do Inca, as carnes (incluindo peixes e aves) salgadas e processadas também deveriam ser evitadas para prevenir o surgimento de cânceres de estomago, cólon e reto, os quais estão entre os cinco mais incidentes na população brasileira. O consumo dessas carnes é, hoje, em média, de 100 gramas por semana, segundo a POF.
O alto teor calórico em alimentos de pequeno volume, como biscoitos, assim como a ingestão em demasia de bebidas açucaradas, como refrigerantes e refrescos artificiais, estão diretamente ligados ao ganho de peso e propensão à obesidade, que, por sua vez aumentam o risco dos cânceres de esôfago (23%), pâncreas (18%), vesícula biliar (10%), cólon e reto (5%), mama (14%), endométrio (29%) e rim (13%).
“Uma família de quatro pessoas, por exemplo, consome semanalmente um quilo e meio de guloseimas (1500,8) e mais de seis litros (6711,6) de refrigerantes e refrescos adoçados, o que tem contribuído de modo relevante para as estatísticas de excesso de peso, que hoje já afeta metade da população adulta, um terço das crianças e um quinto dos adolescentes brasileiros”, declara Fábio.
O diretor-geral do Inca, Luiz Antonio Santini, esclarece que hábitos alimentares saudáveis somados à atividade física regular e peso corporal adequado poupariam, no mínimo, R$ 84.210.688,00, em gastos do SUS (Sistema Único de Saúde), no ano de 2010.
De acordo com as estimativas do Inca, só até o final de 2011, quase meio milhão de pessoas deverão receber o diagnóstico de câncer no Brasil. Desse total, as mulheres estão no topo do ranking, com cerca de 253 mil casos (52%), contra os 236 mil casos estimados para os homens.

Câncer colorretal pode ter cura

Poucos pacientes comentam a doença por constrangimento. Uma pena: o câncer de reto e cólon (segmento do intestino grosso) é tratável e, na maioria dos casos, curável, se detectado precocemente

Conhecido como câncer colorretal quando abrange tumores que acometem o intestino grosso (o cólon) e o reto, esse tipo de câncer apresenta estatísticas crescentes no Brasil. Dados do Inca (Instituto Nacional do Câncer) revelam que, em 2010, a estimativa do número de casos era de 28.110, sendo 13.310 homens e 14.800 mulheres, número maior, por exemplo, que a previsão no mesmo período para o câncer de pulmão (27.630 casos), do estômago (21.500 casos) e de colo de útero (18.800 casos).
Importante ressaltar que o câncer colorretal é tratável e, na maioria dos casos, curável, quando detectado precocemente e caso não tenha se espalhado para outros órgãos. De acordo com o gastroenterologista e cirurgião oncológico Dino Altmann, muitos desses tumores surgem a partir de pólipos, que são lesões benignas que podem crescer na parede interna do intestino grosso. “Uma maneira de prevenir o aparecimento dos tumores cancerosos seria a detecção e a remoção desses pólipos, antes de eles se tornarem malignos”, informa o especialista.

Detecção e tratamento

Os sintomas são simples, mas merecem observação: mudanças no hábito intestinal, como diarreia ou prisão de ventre, desconforto abdominal com gases ou cólicas, são alguns deles. Outros sinais de alerta são sangramento nas fezes, sangramento anal e sensação de que o intestino não se esvaziou após a evacuação, fezes pastosas de cor escura, náuseas, vômitos e sensação dolorida na região anal, com esforço ineficaz para evacuar. “A partir desses sintomas, já há necessidade de orientação médica”. O médico diz que dois exames bastante simples podem detectar esse tipo de tumor precocemente: a pesquisa de sangue oculto nas fezes e colonoscopia, que é um exame de imagem que vê o intestino por dentro.
“Pessoas com mais de 50 anos devem se submeter anualmente à pesquisa de sangue oculto nas fezes. Caso o resultado seja positivo, é recomendada a colonoscopia. Embora a colonoscopia seja mais específica, seu alto custo não justifica seu uso na prevenção populacional”, explica Altmann. “Além disso, pacientes nesta faixa etária que apresentem anemia de origem indeterminada ou suspeita de perda crônica de sangue no exame de sangue devem fazer endoscopia gastrintestinal superior e colonoscopia”, recomenda. Depois dos exames preliminares, o diagnóstico é confirmado através de uma biópsia obtida a partir da lesão suspeita – é retirado um fragmento do tecido suspeito. Esse fragmento é retirado durante a colonoscopia. “A localização do tumor vai determinar a forma mais adequada de tratamento, que pode começar com a combinação de quimioterapia e radioterapia para os tumores do reto e a cirurgia para os tumores do cólon”, detalha Altmann. Segundo ele, o segundo passo é a definição, pelo cirurgião oncológico, quanto à necessidade de quimioterapia adjuvante após a cirurgia, para minimizar a possibilidade de volta do tumor. Todo esse procedimento vai depender do tamanho, da localização e extensão do tumor. “Quando a doença está espalhada, com metástases para o fígado ou outros órgãos, as chances de cura diminuem”, diz o especialista.

Prevenção

Como os demais tipos de câncer, algumas medidas também funcionam como forma de prevenir o câncer colorretal. A primeira dica, como sempre, abrange a questão da alimentação e qualidade de vida, já que obesidade e sedentarismo comprometem qualquer organismo. Os tumores colorretais estão relacionados a dietas ricas em gordura animal e pobres em fibras.
Assim, uma dieta pobre em gordura, principalmente a saturada, sem o consumo exagerado de carne vermelha, e muito rica em fibras, vegetais como frutas, verduras e legumes deve ser seguida como fator preventivo. Atividades físicas também são muito recomendadas. “Outros fatores aumentam o risco de desenvolvimento da doença, como história familiar de câncer colorretal ou história pessoal da doença, como na mulher, por exemplo, que já tenha tido câncer de ovário, útero ou mama”, explica o médico. “Também são fatores de risco as doenças hereditárias, como polipose adenomatosa familiar (FAP) e câncer colorretal hereditário sem polipose (HNPCC), ou ainda as doenças inflamatórias do intestino, como retocolite ulcerativa crônica e doença de Crohn”.

sábado, 12 de novembro de 2011

Inca renova recomendações para tratamento do câncer de mama no país

Objetivo é reduzir mortalidade e proporcionar maior qualidade de vida às mulheres com câncer de mama

O Inca (Instituto Nacional de Câncer) José Alencar Gomes da Silva anunciou o mês passado sete recomendações para controle da mortalidade do câncer de mama que complementam as lançadas em 2010, por ocasião do Outubro Rosa.
As recomendações lançadas em 2010 foram focadas em ações de prevenção, detecção precoce e informação de qualidade. As recomendações de 2011 representam um avanço porque adicionam às anteriores, novas recomendações focadas no tratamento das mulheres com tumores malignos de mama. Ambas não têm força de lei, mas se forem seguidas pela sociedade brasileira, têm potencial para reduzir a mortalidade decorrente do câncer de mama no Brasil, além de garantir uma melhora na qualidade de vida de mulheres com a doença.
O anúncio das recomendações, ação pioneira do Inca, ampliou as discussões sobre o tema em todo o país e contribuiu para impulsionar a mobilização dos movimentos organizados de mulheres. Medidas como essas fortalecem políticas públicas e contribuem para o controle do câncer de mama no país.
O câncer de mama hoje é o responsável pelo óbito de 12 mil mulheres por ano. É o tumor que mais mata a população feminina em todo o país, com exceção da Região Norte. Por isso, o INCA pretende reunir especialistas brasileiros, gestores, pesquisadores, ONGs e profissionais de saúde para discutir políticas públicas e o papel da sociedade no controle da doença. “O objetivo do Inca é contribuir com informação de qualidade para a sociedade sobre a doença. Esperamos que, por meio desse amplo debate, essas recomendações possam ser incorporadas na atenção às mulheres”, afirma o diretor-geral do Inca, Luiz Antonio Santini.
Segundo a publicação lançada pelo Inca “Estimativas – Incidência de Câncer no Brasil 2010-2011”, o país terá 500 mil novos casos de câncer por ano. Desse total, 49.240 mil são relativos aos tumores de mama. As maiores taxas estimadas da ocorrência deste câncer estão nos estados: no Rio de Janeiro 88,3 casos de câncer de mama por cada 100 mil mulheres; no Rio Grande do Sul, 81,57, por 100 mil; no Paraná, 54,46, por 100 mil e em São Paulo, 68,04 por 100 mil.

O Inca recomenda que:

1. Toda a mulher com diagnóstico de câncer de mama confirmado deve iniciar seu tratamento o mais breve possível, não ultrapassando o prazo máximo de 3 meses. Estudos científicos mostram que atraso superior a três meses entre o diagnóstico e o início do tratamento do câncer de mama comprometem a expectativa de vida da mulher (sobrevida).

2. Quando indicado, o tratamento complementar de quimioterapia ou hormonioterapia deve ser iniciado no máximo em 60 dias e o de radioterapia no máximo em 120 dias. O prazo para o início do tratamento complementar é um componente crítico no cuidado do paciente com câncer de mama. Atrasos no início do tratamento complementar aumentam o risco de recorrência local da doença e diminuem a sobrevida. Em algumas situações de tratamento com quimioterapia, a radioterapia pode ocorrer apos os 120 dias.

3. Toda mulher com câncer mama deve ter seu diagnóstico complementado com a avaliação do receptor hormonal. Os receptores hormonais são proteínas que se ligam aos hormônios mediando seus efeitos celulares. A avaliação é feita no material da biópsia que medirá um percentual dos receptores nas células tumorais. A dosagem desses receptores permite identificar as mulheres que irão se beneficiar do tratamento complementar chamado hormonioterapia. A presença de receptores hormonais nos tumores de mama é alta na população e aumenta com a idade.

4. Toda mulher com câncer de mama deve ser acompanhada por uma equipe multidisciplinar especializada que inclua médicos (cirurgião, oncologista clínico e um radioterapeuta), enfermeiro, psicólogo, nutricionista, assistente social e fisioterapeuta. O câncer de mama é uma doença complexa cujo tratamento requer a cooperação de diferentes profissionais e saberes. A experiência mundial aponta que serviços que oferecem uma abordagem multidisciplinar e multiprofissional têm melhor desempenho no tratamento do câncer de mama.

5. Toda mulher com câncer de mama deve receber cuidados em um ambiente que acolha suas expectativas e respeite sua autonomia, dignidade e confidencialidade. Acolher as mulheres em suas necessidades nas diferentes etapas do tratamento, por meio de abordagem humanizada que respeite seus direitos, possibilita um melhor enfrentamento da doença.

6. Todo hospital que trata câncer de mama deve ter Registro de Câncer em atividade. Os Registros Hospitalares de Câncer coletam informações essenciais para acompanhar, monitorar e avaliar a qualidade do tratamento oferecido à mulher. As informações dos Registros subsidiam a implementação de políticas e ações de melhoria contínua na busca de padrões de excelência no tratamento.

7. Toda mulher com câncer de mama tem direito aos cuidados paliativos para o adequado controle dos sintomas e suporte social, espiritual e psicológico. O câncer é uma doença que fragiliza seu portador e familiares em diferentes dimensões da vida. O suporte social, espiritual e psicológico para os pacientes e familiares fortalece os sujeitos para o enfrentamento da doença.

Investimento do Ministério da Saúde na área

O Ministério da Saúde vai investir até 2014, R$ 4,5 bilhões em prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer de mama e de colo de útero. O programa prevê a implantação de 50 centros para atendimentos em mastologia ou ginecologia, que acelerarão o início do tratamento após a confirmação do diagnóstico. A localização destes centros será definida entre o ministério e os estados, priorizando as regiões onde é menor o acesso.
No tratamento, o programa visa reduzir o déficit por assistência especializada, com a estruturação, até 2014, de 32 novos serviços avançados em hospitais habilitados para o tratamento oncológico e a substituição de equipamentos em 48 hospitais.