sábado, 27 de agosto de 2011

Cansada de exames

Falta uma semana para fazer de novo todos os meus exames. Passaram-se apenas três meses desde a última vez. Depois de oito anos, estou ficando cansada. Sinto como se tivesse dois meses e pouco de liberdade plena, e de repente me visse jogada em uma cela, dependendo de exames para saber se continuo livre para viver plenamente.
Semana passada estive em Ribeirão Preto, para acompanhamento do ressecamento da vista, causado pelo Tamoxifeno. Tudo estável, devo manter os colírios. Notícia boa é que agora vou voltar somente daqui a seis meses.
A maratona continua semana que vem, quando faço sei lá quantos exames. Junto aos tradicionais, ainda tenho de acrescentar vários para análise do fígado, que agora está super hiper mega intoxicado por causa do Tamoxifeno (olha o vilão de novo). Na outra semana, consulta com quimioterapeuta e hepatologista. Depois, na outra, consulta com mastologista. Ou seja, em menos de um mês, terei ido em quatro diferentes especialistas, todos eles, de alguma forma, relacionados aos câncer ou aos efeitos colaterais do remédio que tomo para prevenir do CA de mama. Ironia das ironias, em alguns casos esse mesmo remédio pode provocar tumores no fígado, útero e ovário. Tento não pensar nisso mas, quando vejo que vários dos efeitos estão se manifestando, óbvio que tenho medo. Sou humana, né? Choro e rio como todo mundo. Na maior parte do tempo procuro ser positiva, mas tem horas que cansa - e como cansa!
Quando terminei tudo - tratamento e cirurgias - eu sabia que nunca mais teria uma vida completamente normal, ou seja, sem retornos constantes aos médicos. Mas achava que levaria numa boa, que faria parte da minha rotina. Mas não imaginava o quanto o medo de ficar doente de novo me deixaria assim quando chegasse essa época.
Por isso chego a me irritar quem fala que basta acabar o tratamento que a pessoa deve esquecer para sempre que teve câncer. Se não tiver que fazer exames de três em três meses, não tiver mil cicatrizes, não tomar remédio com efeitos colaterais medonhos, pode ser que seja fácil esquecer mesmo tudo. Caso contrário, pode-se viver muito bem, como eu vivo, mas perto dos exames passar por esse nervoso novamente.
Ah, e por favor, quem nunca passou por isso não venha me dizer que podia ser pior... Podia ser, eu sei, eu podia ter tido metástase, podia ter morrido, podia um monte de coisas ruins. Mas só quem passa sempre por esse stress sabe o que é ficar na expectativa de mil resultados de exames. Porque podia ser melhor, eu podia nunca ter tido câncer, não é mesmo? Porque é fácil a gente achar que o outro sempre tem de ser forte, quando a gente não sabe o que o outro sente.
Desculpem o desabafo... mas tem momentos em que a gente precisa falar o que está sentindo. Hoje foi um desses momentos. Pode ser que amanhã eu mesma ache que fiz uma tempestade em copo d'água e me arrependa dessa crise emocional. Ou pode ser que eu continue triste e ansiosa, porque depois dos exames tem a espera dos resultados. Ou pode ser que eu me feche e não escreva nem fale mais nada. Mas agora, neste momento, estou extremamente triste em saber que todo esse processo está começando de novo...

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Dieta saudável e balanceada previne câncer

Todo mundo já sabe disso, mas vale reforçar que uma boa alimentação é super importante para prevenir o câncer:

Comer bem não quer dizer necessariamente saciar a fome com um prato cheio. Pelo menos não na linguagem médica, em que comer bem significa praticar uma dieta balanceada, com pratos ricos em proteínas, carboidratos, gorduras e minerais, que supram as necessidades energéticas diárias e contribuem para qualidade de vida e redução de incidência de doenças.
De acordo com o gastroenterologista e cirurgião oncológico Dino Altmann, a prevenção de doenças como o câncer é conquistada com boa qualidade de vida, em todos os sentidos, e uma dieta rica em fibras (frutas frescas e secas, verduras, legumes, saladas, aveia, cereais) e pobre em gorduras animais. “Deve-se evitar carnes vermelhas como maior teor de gordura, queijos amarelos, creme de leite e gema de ovo. Dê preferência a peito de frango, peixes, leite desnatado, queijo branco, ricota, cottage e iogurte. E evite, sempre que possível, açúcar e doces”.
Altmann recomenda o consumo de alimentos que contenham substâncias antioxidantes, como chá verde, uvas roxas, amoras, framboesas e vinho, que contêm catequinas, que podem prevenir tumores, assim como o brócolis, que produz uma substância antioxidante chamada glutation, que ajuda a manter as artérias permeáveis ou desobstruídas. Já alimentos vermelhos em geral, como tomate, goiaba vermelha, melancia, cerejas, pimentão vermelho, açafrão, páprica, contêm antioxidantes como os flavonoides e o licopeno. “Esses alimentos, juntamente com os ácidos graxos monoinsaturados (como o azeite de oliva), isoflavonas (soja) também atuam na prevenção de tumores, particularmente os de mama, próstata e intestino”, afirma o especialista. “E para melhorar a imunidade, o ideal é utilizar óleos vegetais de girassol, soja e milho, comer muitos vegetais e peixes de água fria – que se alimentam de fito plâncton – como o salmão, arenque, bacalhau, cavala e truta”.
Segundo o gastroenterologista, alguns fatores podem provocar câncer, além de uma alimentação errada e desregrada e o consumo de bebidas alcoólicas. Fumantes também possuem mais chances de desenvolver a doença do que os não fumantes. Altmann ressalta que as medidas preventivas são aquelas fundamentais para qualquer vida saudável, como adotar dieta balanceada, evitar consumo de álcool, fumo e outras drogas, combater o sedentarismo e a obesidade, já que os obesos tem maior propensão a desenvolver câncer. “Há também um grupo de risco com maior probabilidade de desenvolver a doença, como aqueles com histórico familiar de câncer, ou que já sofrem de pancreatite crônica ou de diabetes melitus, ou que foram submetidos a cirurgias de úlcera no estômago ou duodeno. Nesses casos, segundo ele, recomenda-se que esses grupos de risco realizem exames clínicos regularmente.

Outras dicas:

- Tenha o café da manhã como principal refeição do dia.
- Coma diariamente mamão, banana, cenoura, tomate, e tome suco de laranjas.
- Tome sempre muito líquido durante o dia, como sucos (laranja, limão, maçã, pêssego, pera, abacaxi e acerola), chás e água.
- Habitue-se a tomar chás de frutas, ervas e chá verde. Podem ser digeridos frios ou quentes.
- Frutas, de maneira geral, e banana em particular (rica em eletrólitos como potássio e micronutrientes), além de frutas secas e castanhas (caju, nozes, avelãs, amêndoas) devem ser consumidas a qualquer hora e com bastante frequência.
- Tome uma taça de vinho tinto (uma só) ou suco de uvas diariamente.

Sugestão de cardápio (consumir alternadamente)

Café da manhã: suco de laranja, chás de frutas ou ervas, frutas frescas ou secas, müsli ou cereais, iogurte, leite desnatado ou de soja, mel, geleias, pães (centeio ou integral) torradas, queijos (de preferência branco), fatias de peru, clara de ovos.

Lanche da manhã: frutas, iogurte, leite ou suco s de soja, biscoitos, sanduíches de pão integral com queijo branco, peru, frango, presunto, tomate, geleias, mel.

Almoço: frango, peixe, legumes, verduras, saladas, massas, arroz, feijão ou grãos, batatas, sucos e frutas na sobremesa.

Lanche da tarde: frutas, sucos, chás de frutas ou ervas, biscoitos, barras de cereais.

Jantar: frango, peixe, legumes, verduras, saladas, massas, arroz, feijão ou grãos, batatas, sucos, e frutas na sobremesa.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Pacientes escolhem Instituto do Câncer como melhor hospital público de SP

Essa notícia nos mostra que, quando há vontade e trabalho sério, é possível, mesmo na esfera pública, dar um atendimento excelente aos pacientes de câncer:

O Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) “Octavio Frias de Oliveira”, unidade ligada à Secretaria de Estado da Saúde e à Faculdade de Medicina da USP, é o melhor hospital público do Estado. É o que aponta a mais nova Pesquisa de Satisfação dos Usuários do SUS (Sistema Único de Saúde), promovida pela Secretaria de Estado da Saúde.
Responderam à pesquisa 204,4 mil pacientes atendidos entre julho e dezembro de 2010 em 630 hospitais e centros de saúde de todo o Estado. O objetivo do projeto é monitorar a qualidade de atendimento e a satisfação do usuário, reconhecer os bons prestadores, identificar possíveis irregularidades e ampliar a capacidade de gestão eficiente da saúde pública.
Os usuários receberam formulários e puderam encaminhar suas respostas por meio de carta, internet e telefone, avaliando quesitos como a satisfação com o atendimento prestado por médicos e outros profissionais, qualidade das instalações onde o paciente foi internado, acolhimento dado pelo hospital aos pacientes e familiares e tempo de espera para internação, entre outros quesitos.
Cada formulário respondido gerou uma nota. Para o Icesp a nota média obtida foi 9,65. O segundo colocado na pesquisa foi o Hospital Estadual de Américo Brasiliense, também da Secretaria, com média de 9,62, e o terceiro foi o Hospital do Câncer de Barretos, com nota 9,60 (veja relação completa abaixo).
Com cerca de 500 leitos, o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo foi inaugurado em maio de 2008. É o maior centro especializado em oncologia da América Latina. No ano passado, realizou cerca de 11.000 internações.
Uma das características essenciais do Icesp é a inovação na assistência prestada, que permite ao paciente ter todas as fases de seu tratamento, a partir do diagnóstico até a reabilitação, integradas em um único local. Atualmente o instituto possui cerca de 50 projetos na área de humanização do atendimento a pacientes, familiares e funcionários.
“Esta pesquisa é fundamental para que tenhamos um panorama sobre o nível de satisfação dos pacientes em relação à qualidade dos hospitais públicos, não somente os mantidos pelo governo, mas todos aqueles que prestam assistência pelo SUS no Estado. Os dados são importantes indicadores que norteiam a gestão da saúde paulista”, diz o secretário de Estado da Saúde de São Paulo, Giovanni Guido Cerri.

Ranking e notas dos 10 melhores hospitais públicos, eleitos pelos usuários SUS/SP

1º - Instituto do Câncer do Estado de São Paulo “Octavio Frias de Oliveira” (capital) –9,652
2º - Hospital Estadual Américo Brasiliense – 9,623
3º - Hospital do Câncer de Barretos – 9,607
4º - Hospital Estadual de Ribeirão Preto – 9,581
5º - Hospital Estadual João Paulo II, de São José do Rio Preto – 9,565
6º - Sociedade Brasileira de Pesquisa e Assistência para Reabilitação Craniofacial (Sobrapar), de Campinas – 9,556
7º - Hospital Regional de Divinolândia – 9,507
8º - Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (Centrinho) de Bauru –9,477
9º - Hospital Pio XII de São José dos Campos – 9,465
10º– Hospital Estadual de Bauru – 9,449